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Avaliação da Eficácia da Acupuntura Chinesa com o Uso da Magnetoterapia no Estresse Ocupacional

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SHEISA PEDROSO SILVA CARDOZO
Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

O ambiente de trabalho pode produzir situações de estresse e efeitos negativos sobre a saúde dos trabalhadores. O objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia da acupuntura chinesa com o uso da magnetoterapia em trabalhadores no ambiente ocupacional.

O estresse se apresenta como um desequilíbrio que não pode ser negligenciado principalmente por ser um dos problemas mais frequentes que aflige a nossa humanidade. Esse fenômeno passou a fazer parte da rotina vivida pelo homem, desde a antiguidade, principalmente em razão da luta constante pela sobrevivência e através das mudanças e transformações que o mundo capitalista trouxe. (Bianchi, 2000). Há diversos fatores que causam o estresse, inclusive o trabalho, ocorrendo em resposta a variados estímulos de ordem física, emocional, intelectual e comportamental, através de um conjunto de reações do corpo e da mente que repercute diretamente na saúde do individuo. Contudo, determinadas condições de trabalho podem induzir ao estresse fazendo com que o individuo adoeça (Filho e Araujo, 2015).

O interesse das empresas em diminuir o estresse é por causa dos seus efeitos negativos que tendem a diminuir a qualidade de vida, afetando diretamente a produtividade, resultando em afastamentos e absenteísmo por parte dos funcionários, (Areias e Comandule, 2006) (Kurebayashi et. al., 2012) (Silva e Silva, 2015).

Outro fator causador do estresse ocorre quando há um bloqueio na relação entre a organização e o trabalhador, isto é, quando há uma rigidez determinada pela organização, e o trabalhador já não pode fazer modificações em suas tarefas de acordo com suas necessidades fisiológicas e seus desejos. Nesse caso, quanto mais rígida a organização do trabalho, maior será o comprometimento do equilíbrio psicossomático do individuo. Logo, formas rígidas de trabalho que desconsiderem a contribuição e a capacidade de criação do homem podem desencadear o adoecimento psíquico, já que o trabalhador se torna incapaz de conhecer a própria significação do seu trabalho. Há outros fatores que contribuem para o adoecimento do trabalhador como, aceleração dos tempos, exigência de desempenhos produtivos, de rendimentos crescentes, o que causaria descompensações rápidas aos indivíduos. (Dejours, 1992).

Se por um lado, o trabalho pode ser gerador de estresse para o trabalhador, (Dejours, 1999) por outro pode ser uma fonte favorável de prazer e saude do corpo e da mente. (Dejours, 1992). Assim, o trabalho desperta sentimentos no trabalhador, e as relações no trabalho podem mobilizar tanto sentimentos positivos quanto negativos como amor, ódio, amizade, solidariedade, confiança, entre outros. (Dejours, 2006).

Frente às consequências negativas do estresse ao trabalhador e à empresa, destaca-se a necessidade de identificar o agente causador para que se possa pensar em intervenções para amenizar e ate sanar os fatores que causam esse fenômeno, otimizando as fontes prazerosas do trabalho, a fim de buscar a transformação das organizações. (Lancman, 2004).

Sintomatologia do estresse: os sinais e sintomas mais comuns são: aumento da sudorese, tensão muscular, taquicardia, hipertensão, aperto da mandíbula, ranger de dentes, hiperatividade, náuseas, mãos e pés frios. Na área psicológica, os sintomas que podem ocorrer são: ansiedade, tensão, angústia, insônia, alienação, dificuldades interpessoais, dúvidas quanto à si próprio, preocupação excessiva, inabilidade de concentrar-se, dificuldade de relaxar, ira e hipersensibilidade emotiva. (Camelo e Angerami, 2014).

Em relação ao trabalho, diversos tipos de problemas de saúde podem se desenvolver pela exposição a agentes estressores, como doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, infecções bacterianas e virais e depressão, resultando no aumento dos custos com médicos, medicamentos e causando um alto índice de absenteísmo no trabalho. (Lipp e Malagris, 2004) Os fatores que levam os trabalhadores ao desgaste são a falta de reconhecimento, o bloqueio do desenvolvimento da identidade e a baixa autoestima. As manifestações desse desgaste resultam em cansaço, alta irritabilidade, desânimo e sono perturbado que caracterizam a fadiga patológica e podem levar a crises mentais agudas. A esse processo, vincula-se o medo e, o esforço em controlá-lo se torna extremamente desgastante. (Selligmann,1994).

Definição do estresse na visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC): Na visão da MTC, o estresse é um estado de tensão causado por um desequilíbrio emocional no organismo e esse desequilíbrio pode estar relacionado aos cinco sistemas energéticos que são regidos por diferentes órgãos tais como, coração, fígado, baço, pulmão, rim, sendo as demais emoções subtipos ou mesclas.

Esse estado de estresse ocorre quando o indivíduo se depara com situações novas ou de risco eminente que excedem a sua capacidade de adaptação àquela situação (Kurebayashi, et. al., 2012).

A dificuldade de se adaptar à qualquer situação – seja emocional ou climática (fatores patogênicos internos ou externos) é a causa de estresse vista pela MTC.

Acupuntura e a magnetoterapia: A acupuntura é uma técnica da MTC utilizada desde 2.000 anos AC. A partir de 1970, ela finalmente passou a ser estudada por seus efeitos analgésicos. (Parris e Smith, 2003; Santos e Martellet, 2004; Ammendolia, et. al., 2008). A acupuntura consiste na estimulação de pontos anatômicos específicos do corpo com o objetivo de produzir um efeito terapêutico ou analgésico. (Lin, 2006).

Em se tratando de magnetoterapia, é um sistema único de restabelecimento da saúde através da aplicação externa de magnetos ou eletromagnetos, nas áreas afetadas ou em extremidades do corpo. Tem sido usada para tratar várias doenças desde o século XVI. O eletromagnetismo é composto de duas tendências básicas e polaridades distintas: uma de expansão (elétrica) e outra de atração (magnética), de polaridades positiva (centrífuga) e outra negativa (centrípeta). (Souza, 2005).

Os imãs são compostos de polos magnéticos em suas extremidades, sendo denominados de polo norte e sul (Souza, 2005).

Magnetos terapêuticos se apresentam na forma de discos ou moedas, nos mais variados tamanhos, esses dispositivos magnéticos estáticos são comercializados não só para proporcionar alívio da dor, mas também para tratar uma ampla gama de sinais e sintomas, que incluem: redução de inchaço, melhora do sono, alivio do estresse e no tratamento de infecções. (Souza, 2005).

Metodologia da pesquisa: A empresa onde foi realizado o estudo, disponibilizou sete profissionais de profissões variadas, mas que trabalham no mesmo ambiente de trabalho e sofrem as mesmas influências do ambiente externo, para participar da pesquisa. As sessões foram feitas no próprio local de trabalho em horário comercial e todos os participantes cumpriram com o tratamento até o final. Dos sete profissionais três eram homens e quatro mulheres, com idade entre 18 e 44 anos – foram atendidos uma vez por semana, durante cinco semanas – totalizando cinco sessões, com aplicação de acupuntura chinesa, empregando o uso de magnetos nos pontos sistêmicos selecionados.

Inicialmente, foi aplicado um questionário para coleta de dados pessoais tais como: nome, idade, sexo, profissão, endereço e autorização para realização do tratamento; perguntas importantes e pertinentes ao tratamento levando em consideração o grau de estresse de cada indivíduo, seus principais sintomas, tais como: algias no geral, insônia, dificuldade de concentração, desequilíbrio emocional e seus graus de intensidade.

As características do estresse ocupacional avaliadas através do questionário inicial comparando-os aos resultados do questionário final, individualmente e sobre a média geral, levando em consideração todos os sintomas relatados durante o tratamento.

Os pontos utilizados no estudo foram:

R6, C7 e VC17. Foram utilizados magnetos em todos os pontos com seu lado negativo em contato com a pele, para que a hemoglobina 2+ seja atraída até o local dos pontos selecionados e complete sua ação com eficiência.

Os funcionários ficaram com os magnetos por sete dias e os mesmos foram trocados uma vez por semana por novos, pelo período de cinco semanas. Houve o monitoramento semanal de cada um dos participantes do tratamento.

Ao final do tratamento, ou seja, na quinta sessão, foi aplicado um questionário final semelhante ao inicial, para a coleta dos resultados.

Resultados: Na primeira sessão, houve a coleta de dados pessoais assim como o grau de intensidade de estresse, algias, insônia, falta de concentração e do equilíbrio emocional, numa escala que variava entre 0 a 10, sendo divididas em 0 = excelente (ou seja, sem nenhum sintoma), 1 a 3 = bom (poucos sintomas, alterações sem afetar as funções de trabalho), 4 a 6 = ruim (sintomas com alterações afetando as funções do trabalho de forma negativa) e 7 a 10 = péssimo (vários sintomas em grande intensidade, afetando diretamente a qualidade de vida no ambiente ocupacional.)

Todos os participantes tiveram seus níveis de estresse reduzido assim como as queixas mais comuns, tais como dores em geral, insônia, falta de concentração e equilíbrio emocional, como mostra a tabela 1.


Tabela 1: Comparação da presença de estresse e sintomas antes e após o tratamento por individuo. (I: inicial, F: final)

No gráfico 1, é possível verificar o resultado sobre a média geral. Todos os sintomas foram reduzidos em sua maioria quase que pela metade, minimizando os efeitos negativos para um ambiente de trabalho sadio.

Conforme gráfico a seguir, o nível de estresse geral do grupo era de cerca de 80% e teve seu quadro reduzido em 41%; Dores em geral, foram reduzidas em 20% de 53%; Insônia caiu de 62% para 26%; a falta de concentração no início era de 62% e foi para 26% e finalmente, o desequilíbrio emocional que ocupava 62%, declinou para 24%.


Gráfico 1: Comparação do estresse e sintomas iniciais e finais, sobre a média geral.

Os índices apontados nos resultados mostram uma melhora considerável no estresse e seus sintomas. O uso da magnetoterapia na acupuntura exerceu grande influência na melhoria dos profissionais, já que a permanência dos magnetos fez com que os profissionais ficassem expostos por mais tempo aos efeitos de bem estar que a acupuntura oferece.

O grau de intensidade de estresse no geral que era de 80% teve uma queda que atingiu 41%, o que leva a crer que os profissionais melhoraram significativamente a qualidade de vida no ambiente de trabalho.

Comparando-se os sintomas iniciais e finais, de 53%, as dores em geral foram reduzidas em 20%; Insônia devido a pensamentos excessivos, ansiedade, preocupação, caiu de 62% para 26%; a falta de concentração, perda de foco, no início era de 62% e foi para 26% e finalmente, o desequilíbrio emocional que ocupava 62%, declinou para 24%.

A maioria dos profissionais responderam no questionário final que houve uma melhoria no nível de estresse, favorecendo um bom relacionamento interpessoal e com os clientes e alunos. E, quanto à pergunta sobre quais foram os benefícios alcançados com o tratamento, como resposta, a palavra mais citada foi “calma”, seguidas de outros sintomas relatados pelos participantes do estudo como paciência, paz interior, menos estresse.

Em virtude do pouco tempo de tratamento (cinco semanas), não foi possível atingir resultados mais satisfatórios, a ponto de anular totalmente os sintomas.

Conclusão
Esta pesquisa possibilitou um melhor entendimento sobre o estresse e como a acupuntura com o uso da magnetoterapia pode ser eficaz para o tratamento desse desequilíbrio. Através da acupuntura torna-se possível o tratamento dos sintomas que o estresse apresenta, diminuindo-os e devolvendo o bem estar ao trabalhador. Com o emprego do uso de magnetos nos pontos sistêmicos específicos, a técnica torna-se mais rápida, prática e não invasiva o que contribui para maior aceitação por parte dos indivíduos participantes do estudo, a serem tratados e, por parte da empresa, que exige rapidez no atendimento.

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