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Acupuntura contribui para o controle de dores e do estresse

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acupuntura é um tipo de intervenção milenar que ainda não é muito bem compreendida em países do ocidente, principalmente por conta da enorme diferença cultural que existe em relação a alguns países do oriente, como China, Coréia e Japão, precursores dela. Ela pode ser resumida como uma terapia que se utiliza de agulhas, para estimular pontos específicos com o objetivo de equilibrar a energia da pessoa e sua interação com o meio ambiente.

O grande abismo que separa os princípios da acupuntura com os da nossa medicina ocidental é justamente este conceito de energia. Esta não pode ser visualizada ou tocada e apenas pessoas mais atenciosas conseguem senti-la, tornando difícil provar sua existência, sem que a pessoa passe por uma experiência específica, seja em uma sessão de tratamento ou mesmo prestando muita atenção ao corpo em várias situações do dia-a-dia.

Para tentar explicar esta energia, é possível fazer uma comparação mais simples. Todos nós temos milhares de veias e artérias, grandes e minúsculas, como um encanamento extremamente complexo, responsável em garantir que cada milímetro do corpo seja nutrido com o sangue. Para a acupuntura, existe uma segunda rede complexa de transmissão, que carrega a energia, que também nutre nosso corpo todo. Este sistema complexo permite que a energia seja levada de forma equilibrada a todos os tecidos, órgãos, vísceras, músculos, tendões, ossos, etc. Neste caso, ela acredita que as dores e as doenças são alterações no equilíbrio energético, seja no fluxo ou na concentração. Por exemplo, uma dor de cabeça em pressão pode ser interpretada como um excesso de energia na cabeça, devido a algum bloqueio em níveis inferiores, ou em algum órgão ou víscera que tenha relação com a cabeça; problemas respiratórios podem ser vistos como uma fraqueza energética do pulmão; dores nas costas podem estar associadas a um desequilíbrio entre os dois principais tipos de energia (Yin e Yang) do rim.

Uma vez identificada a presença e os trajetos desta rede de vasos que transportam a energia, os estudiosos (por volta de cinco mil anos atrás) descobriram que ela poderia ser alterada e controlada por meio do estímulo de pontos específicos. Como válvulas e torneiras de um encanamento, estes pontos teriam o efeito de equilibrar o fluxo da energia, caso fossem estimulados corretamente. Após estimular com dedos, pedras, pedaços de madeiras, plantas e partes de animais, finalmente chegou-se a agulha que temos hoje. A agulha seria o material mais evoluído que temos agora, responsável por estimular os pontos de nosso corpo que auxiliam nos tratamentos energéticos.

Indicações de acupuntura

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A acupuntura ajuda a aliviar o estresseGetty Images

As indicações são diversas, mas as principais costumam ser por conta de dores, dificuldades para dormir e controle da ansiedade e do estresse. Tratamentos mais complexos como tumores, problemas de coração, alterações hormonais, entre outros, devem estar sempre acompanhados por médicos especialistas, fazendo um trabalho em conjunto, quando indicado.

Cuidados antes da acupuntura

Antes de se submeter a uma sessão, é importante que a pessoa não esteja de jejum prolongado, se alimentando pelo menos uma hora antes. Outra orientação é que evite tomar café preto, chá preto, chupar balas ou ingerir qualquer coisa que possua corante que altere a coloração da língua, pois isto pode prejudicar a avaliação. Também é importante que não deixe de usar os remédios que tem costume, para chegar à consulta o mais próximo do habitual.

Como é a sessão de acupuntura

Uma sessão de acupuntura se inicia com a avaliação energética. Nesta avaliação serão identificadas as causas dos distúrbios que geram os sintomas na pessoa, através de uma entrevista (anamnese questionários com diversas perguntas associadas aos hábitos de vida, presença de doenças, histórico familiar, sintomas, queixas, etc) e da observação dos pulsos, da língua, olhos e outras tantas características, que variam conforme a técnica que o profissional irá utilizar.

Depois de identificadas estas causas, os pontos serão escolhidos, iniciando-se assim, a inserção das agulhas. Na maioria das vezes a pessoa fica deitada de 15 a 25 minutos com as agulhas, que são esterilizadas e descartáveis, sendo quase nulo o risco de infecção ao paciente. Ao terminar o tempo, as agulhas são retiradas e as mudanças e melhoras podem ser sentidas tanto imediatamente pela pessoa como apenas após alguns dias, variando conforme cada caso e dependendo da sensibilidade de cada paciente, sendo muito difícil prever um número definido de sessões até o indivíduo receber alta.

Cuidados após a sessão de acupuntura

Muitas vezes, ao fim de uma consulta, são feitas algumas orientações que incluem mudanças em termos de alimentação, rotina, observação e comportamento, relacionadas ao aspecto energético. Desta maneira, o paciente possui mais chances de potencializar e manter os benefícios da sessão, atingindo mais rapidamente a cura. Em alguns casos os pacientes podem se sentir estranhos após uma sessão, geralmente após a primeira, pois foram estimulados de uma maneira totalmente diferente do que estão acostumados. Não são raros os casos onde a pessoa sente alterações de estômago, intestino, urina ou mesmo comportamentais (como por exemplo, mais distraída), mas que duram apenas alguns dias e indicam que a energia do corpo está sendo alterada, para encontrar um novo equilíbrio. É como reformar a casa, onde primeiro quebramos e sujamos, para depois organizarmos e limparmos.

Outras técnicas de acupuntura

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A acupuntura contribui para o alivio de doresGetty Images

Caso a pessoa tenha receio ou mesmo pavor de agulhas, os estímulos podem ser feitos de outras maneiras, como ímãs, sementes de mostarda, esferas metálicas ou sintéticas, entre outros recursos. Outras técnicas da acupuntura também podem ser aplicadas, como a mais conhecida delas, que é a auriculoterapia, onde se estimulam pontos da orelha para equilibrar a energia do corpo todo. À medida que a pessoa vai se familiarizando com o tratamento, ela pode perder o medo e evoluir para o estímulo com as agulhas.

O acupunturista

Todo esse cuidado antigamente era passado de pais para filhos. Até alguns anos atrás existiam cursos técnicos para qualquer pessoa, dados por professores treinados por mestres acupunturistas, profissionais vindos da Coréia, China ou Japão (principais escolas) que trouxeram o conhecimento há muitos anos atrás. Hoje em dia existem cursos de especialização de dois anos (em média) apenas para profissionais da área da saúde, que já possuem conhecimento em anatomia e fisiologia, tornando a formação ainda mais exigente e complexa.

A acupuntura apesar de milenar ainda está em constante evolução, com diversos estudos em andamento, bem como com o desenvolvimento de novas técnicas e associações com outros tipos de tratamentos, potencializando os resultados. Apesar de muito antiga, ela está cada dia mais moderna e popular. E quem sai ganhando é a população, com uma ferramenta a mais para ajudar no bem estar e na melhora da qualidade de vida.

Fonte consultada:

Marcel Tomonori Sera, fisioterapeuta e acupunturista.

fonte: Minha Vida

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