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A abordagem da rinite alérgica através da Medicina Chinesa

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A rinite alérgica é muito comum no outono e é classificada na Medicina Chinesa como rinite sazonal e perene

Por Isaac Guimarães Jr

A rinite alérgica no Brasil e no mundo
O estudo colaborativo denominado International Study on Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) mostrou que há grande variação na taxa de prevalência de rinite alérgica. Além disso, foi observado aumento na prevalência nas várias regiões em que o estudo foi repetido com a mesma metodologia. Em escala mundial, a prevalência de sintomas associados à rinoconjuntivite alérgica, nos 12 meses que antecederam a aplicação do questionário padrão, variou de 2,2 a 14,6% entre crianças de 6 a 7 anos, e de 4,5 a 45,5% entre as idades de 13 e 14 anos.

Na população adulta, o questionário European Community Respiratory Health Survey foi concebido com o objetivo de uniformizar a investigação epidemiológica dos sintomas respiratórios da asma e a presença de alergias e uso de tratamento em adultos entre 20 e 44 anos, tendo verificado a prevalência de sintomas da rinite em 21% na Europa.

A realização do ISAAC no Brasil mostrou que a prevalência média de sintomas relacionados à rinite alérgica foi de 29,6% entre adolescentes e 25,7% entre escolares. Quanto aos sintomas relacionados à asma ativa, a prevalência média foi de 19,0 e 24,3% entre adolescentes e escolares, respectivamente. O Brasil está no grupo de países que apresentam as maiores taxas de prevalência de asma e de rinite alérgica no mundo.

A rinite alérgica pode ser considerada a doença de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas e, apesar de não estar entre aquelas de maior gravidade, é um problema global de saúde pública, pois afeta a qualidade de vida dos pacientes e dificulta o controle da asma. A prevalência tem aumentado ao longo dos anos e provavelmente é subestimada, pois muitos indivíduos não a reconhecem como uma doença e não procuram atendimento médico.

Por outro lado, os profissionais de saúde freqüentemente negligenciam a rinite. Ainda assim, a rinite alérgica encontra-se entre as dez razões mais freqüentes para a procura de atendimento primário à saúde. (Fonte: Jornal Brasileiro de Pneumologia)

A visão e a abordagem da rinite alérgica pela Medicina Tradicional Chinesa

Na medicina chinesa a rinite alérgica é classificada em rinite sazonal e perene. A rinite alérgica sazonal possui características de crises e remissões em determinadas estações do ano. A rinite alérgica perene não possui o componente estacional e pode ocorrer em qualquer período do ano, sendo geralmente desencadeada por fatores químicos, poeira e variações súbitas de temperatura. A rinite é uma condição muito comum no outono devido ao frio e à baixa umidade do ar. No inverno, as pessoas que sofrem de condições alérgicas ao frio necessitam manter-se adequadamente aquecidas e adaptar-se à alimentação de acordo com as características da estação vigente.

Os principais sintomas da rinite são: coriza aquosa, irritação da mucosa nasal, irritação nos olhos, lacrimejamento.

Várias causas podem estar envolvidas em um quadro de rinite, isoladas ou em associação gerando sinais e sintomas diferenciados.

A medicina chinesa considera que o exterior do corpo, a pele, é governada principalmente pelos pulmões, sendo assim, as afecções na pele possuem uma correspondência com esse órgão.

Quando existe uma condição de deficiência energética nos pulmões o indivíduo sofrerá obstrução nasal por longos períodos e possivelmente revelará uma postura cifótica com a cabeça anteriorizada, esse fator altera o posicionamento craniomandibular favorecendo a respiração bucal. Esse quadro revela um padrão de agravamento passando de uma disfunção bioenergética, para uma disfunção funcional e estrutural do organismo fixando os mecanismos patológicos.

Na esfera psíquica, a deficiência dos pulmões torna a pessoa mais tímida, nostálgica, com dificuldade de desprender-se do passado e com tendência a abrigar sentimentos de tristeza.

Quando estamos tristes, o choro pode revelar-se através de lágrimas e também através de coriza. Esse sintoma pode ocorrer em pessoas que não se sentem seguras para exteriorizar os seus sentimentos, e assim, o conteúdo emocional exterioriza-se inconscientemente através de coriza crônica (não devemos observar os sintomas com rigidez a respeito dos seus significados, porém, a reflexão serve para ampliar a nossa visão).

Na medicina chinesa o fígado é considerado como o “general” da nossa imunidade. Todas as substâncias que são inaladas, ou que entram em contato com a nossa pele, mucosas e até mesmo nossos próprios hormônios que são liberados em função do stress diário, são metabolizadas pelo nosso fígado. Esse órgão pode estar sobrecarregado e hiper-reativo, causando processos exacerbados no local onde uma invasão patógena está ocorrendo, aumentando assim, a resposta do organismo ao patógeno externo. Dessa forma, se o patógeno ataca a via aérea superior, será nesse local que a manifestação ocorrerá. Nesse caso, o tratamento é enfocado no fígado e nas vias aéreas é realizada apenas uma abordagem sintomática.

Nessa estação do ano o frio seco começa a revelar-se em algumas regiões do nosso país, sendo comum o aparecimento de casos de rinite devido à mudança climática. Pessoas sensíveis ao frio devem preservar a temperatura corporal, proteger as extremidades e não expor-se ao frio com os cabelos úmidos ou molhados.

A alimentação deve acompanhar o ritmo da estação e gerar mais calor interno. Uma boa sugestão são os temperos e iguarias que podem acentuar essa qualidade como: curry, gengibre seco e pimenta-branca. Para acompanhar as refeições uma boa opção seria o chá. Nessa estação o chá branco é especialmente indicado, mas outros chás, principalmente os aromáticos são bons para acompanhar as refeições. Muitas pessoas preparam seus pratos com essas características, porém continuam fazendo uso de bebidas frias nas refeições e dessa forma anulam o efeito desejado.

Como cada pessoa possui condições bioenergéticas distintas e diferentes mecanismos pela qual a rinite se manifesta, recomendo o acompanhamento de um profissional habilitado para indicar as modificações alimentares acima citadas, pois existem pessoas sensíveis a esses ingredientes e dependendo do quadro, poderiam produzir sintomas indesejados.

Deve-se evitar, reduzir ou eliminar a ingestão de alimentos que produzem expectoração, como lacticínios, ovos, açúcar, farinha branca, iogurte, sorvete, alimentos gordurosos e álcool.

Também é importante praticar exercícios regularmente, evitar ambientes poluídos e ter uma dieta equilibrada, pois estes são fatores que contribuem para o fortalecimento do sistema de defesa do organismo.

A rinite pode ser tratada eficazmente com acupuntura, moxabustão e fitoterapia.

Inúmeras pesquisas científicas sobre o tema podem ser encontradas em bases de dados como: Bireme; PubMed; Google Acadêmico; PEDro.

Isaac Padilha Guimarães Jr.
Fisioterapeuta Especialista em Acupuntura
Formação em Quiropraxia Clínica, Formação em Terapia Manual Ortopédica, Professor Titular do Instituto Brasileiro de Acupuntura e Moxabustão de Porto Alegre.

fonte: Epoch Times em Português

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