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Os efeitos da auriculoterapia na cefaléia tensional primária: um estudo de caso

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FABIANA SANTOS DE CARVALHO
Trabalho de conclusão de curso CETN – Goiânia 2015.

1- INTRODUÇÃO
Atualmente milhões de pessoas referem sentir algum tipo de cefaléia sendo a causa um ritmo intenso diário combinado com a ansiedade, a depressão, posturas errôneas e outras patologias. A cada dia vem aumentando a queixa da dor, assim como, o uso dos medicamentos alopáticos.

Segundo Stillman (2006), qualquer tentativa de definir dor este fenômeno tão complexo em termos sucintos, subestima a sua significância, visto que a sua definição requer vários pontos-chave. A dor não é apenas um acontecimento a nível sensorial, é uma causa de sofrimento a todos os níveis.

A cefaléia afeta indivíduos de todas as faixas etárias e de ambos os sexos, sendo mais prevalente em mulheres. É uma condição limitante que interfere na qualidade de vida e na produtividade, além de comprometer o relacionamento social e afetivo (LOYOLA FILHO et al., 2010).

Nos últimos anos a Acupuntura e os seus vertentes como a Auriculoterapia vêm sendo utilizados com uma maior freqüência pelas pessoas para o tratamento de varias enfermidades e principalmente para os tratamentos das enfermidades que causam sintomas dolorosos.

2- MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho caracteriza-se como um estudo de caso, onde foi empregado o uso da Auriculoterapia como tratamento terapêutico, com intuito de promover uma melhora na dor da paciente em tratamento. Para a realização do estudo foi selecionada uma única voluntária, 44 anos, sexo feminino, brasileira, casada, sedentária, técnica de enfermagem, residente na cidade do Gama – DF. Diagnosticada clinicamente a 1 ano como tendo cefaléia tensional. Que se dispôs a participar voluntariamente do estudo.

Inicialmente a voluntária foi submetida a uma avaliação inicial e final que constava de: 1) Identificação pessoal: Iniciais do nome, sexo, idade; 2) História clínica e profissional: Profissão, diagnóstico clínico, queixa principal, sintomatologia e característica da dor, locais de dor e intensidade da dor mensurada antes e após cada sessão de tratamento através do uso da escala visual analógica (EVA).

Após a avaliação inicial a voluntária foi submetida a um tratamento composto por 10 sessões de Auriculoterapia, realizadas 2 vezes por semana, com duração de 30 minutos cada sessão. No qual foram utilizados os seguintes materiais: Maca; Luvas e lancetas descartáveis (Para a realização do procedimento de sangria); Álcool 70% e algodão (Para a realização do procedimento de assepsia/desinfecção das orelhas da voluntária para posterior aplicação dos estímulos auriculares); Sementes de mostarda/cristais radiônicos (Como estímulos auriculares); Micropore cor da pele (Para fixação das sementes sobre os pontos auriculares); Pinça (Para auxiliar na colocação e fixação das sementes com o micropore sobre os pontos auriculares); palpador auricular; Ficha de avaliação inicial e final.

Os pontos indicados para o tratamento de cefaléia tensional para auriculoterapia são: Shenmen- tonifica; Simpático- tonifica; Rim- tonifica; Subcortex- tonifica; Suprarenal- seda; Encefalo- seda.

3- RELATO DE CASO
Paciente A.M.l.C , 44 anos, casada, sexo feminino, técnica de enfermagem, tem diagnóstico de trombose, realiza tratamento com cirurgia vascular em uso de meia elástica de alta compressão. A paciente iniciou com fortes dores de cabeça com sensação de aperto, cervicalgia, os sintomas chegavam a atrapalhar sua rotina de trabalho. Foi diagnosticada como tendo cefaléia tensional há mais ou menos um ano, desde então iniciou tratamento. Cansada de utilizar medicações por via oral às vezes injetáveis, iniciou uma procura por tratamentos alternativos. Orientei a paciente sobre as alternativas existentes para seu caso e optamos pela técnica de auriculoterapia. Iniciei o tratamento preenchendo um questionário para a anamnese e registros das sessões. A partir desse momento estabeleci um protocolo de 10 sessões realizadas duas vezes por semana durante 30 minutos.

Em todas as sessões a dor era mensurada pela escala de EVA no início e término da sessão para avaliação da dor.

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o término de cada sessão de Auriculoterapia a voluntária era orientada a não retirar as sementes da orelha e massagear os pontos com as sementes pelo menos três vezes ao dia. Era orientada a não tentar colocar as sementes na orelha caso elas caíssem. As sementes eram retiradas por mim no dia da nova sessão.

Após o término das sessões, a voluntária relatou melhora significativa da cefaléia, a qualidade do sono devido a melhora da dor também melhorou.

De acordo com a figura 1 podemos analisar que a intensidade da dor percebida e qualificada pela paciente no início e no término de cada uma das 10 sessões realizadas conforme protocolo estabelecido.

 
Figura 1: Intensidade da dor mensurada no inicio e no término das 10 sessões realizadas utilizando a
Escala Visual Analógica.

Ao observar a figura percebemos uma redução da intensidade da dor referida pela paciente ao longo das sessões de auriculoterapia. Ao analisarmos identificamos que na primeira sessão a paciente referia dor com intensidade de 9,7 antes da aplicação de estímulos auriculares com sementes de mostarda, referindo uma intensidade de dor ao término da sessão de 4,2.

Na segunda sessão a paciente referia 8,5 como intensidade de dor antes dos estímulos auriculares e 3,5 ao final da sessão.

Ao analisarmos o gráfico a paciente referia uma intensidade de dor no inicio do tratamento de 9,7 e ao fim do tratamento de 0,3, apresentando dessa forma uma redução bastante significativa da intensidade da cefaleia.

De acordo com alguns estudos acredita-se que esta redução da sintomatologia dolorosa, da característica e intensidade da dor ocasionada pelo tratamento de Auriculoterapia neste estudo tenha ocorrido pelo fato de que ao se estimular os pontos auriculares selecionados para o tratamento da paciente promove-se a nível do sistema nervoso central (SNC) a produção e a liberação de substâncias de ação analgésica, antiinflamatória, calmante e sedativa como as endorfinas, encefálinas, bradicininas, histaminas que agem no organismo promovendo analgesia, mediante a promoção do aumento do limiar doloroso nos indivíduos submetidos a este tipo de tratamento. ( Souza, 2001; Garcia, 2003).

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, o recurso terapêutico utilizado a Auriculoterapia exerceu efeito benéfico sobre a Cefaléia Tensional promovendo diminuição da dor da voluntária, principalmente no que se refere a redução dos sintomas e intensidade da dor.

A voluntária relata melhora na qualidade de vida, uma vez que com a diminuição da dor dorme melhor e consegue realizar suas atividades diárias.

Orientado por profa. Ana Cecília Coelho, adaptado por profa. Brena Montanha.

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