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O uso da acupuntura como auxiliar no tratamento da disfunção temporomandibular: Revisão de Literatura

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ANA PAULA VITAR ROLIM
Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

As disfunções temporomandibulares, já prevalentes na população adulta, está apresentando sinais e sintomas cada vez mais precoce (Tosato e Caria, 2006) e a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento, afim de se evitar complicações posteriores desses quadros é necessária (Valle-Corroti, 2010). Os pacientes procuram o tratamento, na maioria dos casos, quando a disfunção esta apresentando quadros álgicos (Siqueira, 2004).

Em tais circunstâncias, o uso da acupuntura, além de ser uma alternativa a mais para o profissional poder tratar esses casos, ainda melhora a qualidade de vida do paciente, reduzindo o uso de medicamentos e trazendo resultados compatíveis com as necessidades do tratamento (Meirelles, 2009). Sendo assim, a acupuntura pode ser um importante aliado do profissional no tratamento das disfunções das articulações temporomandibulares, principalmente para reversão dos quadros álgicos, não tem contra indicações, tem se mostrado tão eficiente quanto as terapias convencionais utilizadas para o tratamento dessas disfunções e a maioria dos pacientes respondem bem a terapia (Branco, 2005).

De acordo com os artigos encontrados percebemos a necessidade de atenção especial aos sintomas dolorosos causados pelas disfunções temporomandibulares.

De acordo com o estudo apresentado por Oliveira e colaboradores, é possível concluir que as dores causadas pela Disfunção temporomandibular apresenta um significativo grau de impacto negativo na vida dos indivíduos portadores, principalmente em atividades como trabalho, escola, sono, apetite/alimentação. A maioria das pessoas, cerca de 77,27%, tem problemas para tolerar a dor.

Pelos trabalhos analisados, as disfunções da articulação temporomandibular são prevalentes em crianças (três a sete anos de idade) e em jovens. Porém, sintomas como, bruxismo, cefaleia e dor na musculatura mastigatória foram mais evidentes nos indivíduos de 17 aos 38 anos. Verificou-se que 42% das crianças estudadas, com faixa etária entre três e sete anos, apresentavam sintomas de disfunção da articulação temporomandibular, embora esses sintomas fossem leves, havia a necessidade serem observados e controlados, afim de evitar que se agravem com o avançar da idade.

Antes da regulamentação da acupuntura como terapia complementar pelo Conselho Federal de Odontologia, pesquisadores (como Vianna et al., 2008) já evidenciavam a acupuntura dentro da odontologia e sua eficácia comprovada nos procedimentos odontológicos. Os casos analisados mostravam os tratamentos mais econômicos e seguros com a aplicação da acupuntura, o que otimizava o tempo de trabalho no consultório odontológico. Em setembro de 2008, o Conselho Federal de Odontologia reconhece e regulamenta a utilização pelo cirurgião-dentista de práticas integrativas e complementares à saúde bucal, onde se encontra, entre outras, a acupuntura.

Foram selecionados 14 artigos que versavam sobre trabalhos que objetivavam avaliar a eficácia da acupuntura no tratamento da disfunção temporomandibular. Desses artigos, três tratavam de revisão de literatura, quatro apresentavam casos clínicos e sete deles constituíam estudos randomizados.

Em apenas um desses estudos randomizados, os autores (Goddard e colaboradores) concluíram que não havia diferença entre a acupuntura clássica e a terapia placebo apresentada. Observaram, ainda, uma redução dos sintomas em ambas as terapias, fato que eles atribuíram a reação do organismo frente à punção do paciente independente dos conceitos de acupuntura.

Os outros sete estudos randomizados (Dallanora, Schmid Schwap, Smith, Yoshi e Goddard, Yoshi e Noimam, Simma) mostraram que a acupuntura parecia ser eficaz para o tratamento dessas disfunções pela avaliação das reações sintomáticas iniciais e finais à terapia.

Todos os artigos que se tratavam de apresentação de caso clínico (Rando-Meirelles, Zotelli, Grillo e Florian) mostraram eficácia da acupuntura ao final da terapia, essa eficácia se mostrava pela redução dos sintomas apresentados em exame inicial do paciente tratado.

Igualmente as revisões de literatura comprovaram a eficácia da acupuntura no tratamento das disfunções temporomandibulares. Concluíram que a acupuntura era eficaz e segura e deveria ser usada no tratamento dos pacientes portadores de disfunções temporomandibulares. A acupuntura se mostrou tão eficiente quanto as terapias convencionais usadas para tratamento desses pacientes.

Em alguns trabalhos, os autores (Dallanora, Schmid Schwap, Smith, Yoshi) frisam da necessidade de mais estudos com maior número de pacientes e maior intervalo de tempo de tratamento. Também reforçam a necessidade de mais estudos sobre esses resultados a longo prazo, para que assim sejam melhor entendidos os mecanismos e a efetividade dessa terapia.

Dois dos estudos, Schmid-Schwap et al. e Simma et al., utilizaram como terapia placebo o laser de baixa potência, os dois concluíram que a acupuntura clássica apresentou melhores resultados na diminuição da sensação algica dos pacientes porém os dois estudos mostraram melhora também nos grupos tratados com terapia placebo. Hoje o laser de baixa potência tem larga utilização na pratica de acupuntura, acreditamos que a efetividade da estimulação dos pontos pelos raios laser seja o motivo de ambos os grupos apresentarem melhora.

Conclusão: A nossa revisão de literatura nos mostra que as disfunções temporomandibulares hoje são prevalentes em todas as faixas etárias e seus sintomas causam impactos negativos na vida desses pacientes.

A acupuntura tem sido utilizada para redução desses sintomas com resultados positivos. A acupuntura parece ser um importante aliado dos profissionais no tratamento das disfunções temporomandibulares.

Ainda são incipientes as pesquisas com essa técnica dentro da odontologia. O maior número de trabalhos, principalmente Brasileiros, encontrados são dos dois últimos anos, muito provavelmente devido ao reconhecimento pelo Conselho Federal de Odontologia da Acupuntura como tratamento complementar e sua regulamentação pelos conselhos regionais de odontologia que só a partir de agosto de 2008 começa a intitular odontólogos habilitados para a prática de acupuntura dentro do âmbito odontológico no Brasil.

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