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Fibromialgia: Os Benefícios do Tratamento da Dor Crônica com Acupuntura através de Magnetos

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PRISCILA CARLA MENDES PRADO

Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

A Fibromialgia (F.M.) é uma patologia de ordem reumática, com forte predominância do sexo feminino (80% a 90% casos), com um pico de incidência entre os 30 e os 50 anos de idade. Ocasiona dores difusas por todo corpo além de sintomas como fadiga, alterações do sono, rigidez articular, preocupação, cefaléia, depressão, astenia, vertigem, irratabilidade, parestesias entre outros sintomas que dificultam em muito a vida dos portadores desta patologia.

Todavia, muitos autores consideram que os fatores psicológicos são mais frequentemente o resultado do que a causa da dor em pacientes com Fibromialgia, e esta questão permanece controversa. Alguns dos sintomas da Fibromialgia são semelhantes aos observados durante a depressão e os antidepressivos têm sido administrados a pacientes com Fibromialgia para tratar distúrbios do sono e sintomas de dor. (FRANÇA, 2004).

O diagnóstico fica bem definido com a positividade de 11 dos 18 chamados tender points, pontos gatilhos de dor. Os 9 pontos de referência anatômica considerados bilateralmente são (WOLFE et. al, 1990):

1. Inserção dos músculos occiptais,

2. Coluna cervical baixa (C5-C6),

3. Músculo trapézio,

4. Borda medial da espinha da escápula,

5.Quadrantes externos superiores das nádegas,

6. Proeminências dos trocântares maiores do fêmur,

7. Segunda junção costocondral,

8. Epicôndilo lateral do cotovelo,

9 .Coxim adiposo medial do joelho (junto ao tendão da pata de ganso).

Além das dores difusas por todo o corpo podemos citar distúrbios do sono, edema articular, parestesias com distribuição aleatória, cefaléia, zumbidos e vertigens, depressão, ansiedade e irritabilidade entre outros sintomas são alterações comum nas pacientes com Fibromialgia (ATRA et. al., 1993).

O tratamento dos pacientes fibromiálgicos pode ser farmacológico ou não farmacológico. No tratamento farmacológico tem como base a indução de sono de melhor qualidade, o que pode ser obtido com o uso de medicações como ciclobenzaprina ou a amitriptilina em baixas doses. Inibidores da recaptação de serotonina, como a fluoxetina ou sertralina podem ser associados ao esquema terapêutico com efeito aditivo. (ATRA et al, 1993). Também são utilizados analgésicos e relaxantes musculares que podem ser úteis no controle dos sintomas, porém a resposta aos anti-inflamatórios não hormonais não é muito favorável e seu uso é desaconselhável e os cortiço-esteróides não fazem parte do arsenal terapêutico utilizado na Fibromialgia (WEIDEBACH, 2002).

O tratamento não farmacológico não deve ser esquecido e tem papel crucial no controle dos sintomas. Exercícios aeróbicos de baixa intensidade visam o recondicionamento muscular. Outras alternativas de tratamento são a yoga, acompanhamento psiquiátrico, psicoterapia, técnicas de relaxamento e acupuntura são comprovadamente eficazes (WEIDEBACH, 2002).

A Acupuntura é sem dúvida um dos procedimentos terapêuticos mais aplicados na Medicina Tradicional Chinesa (M.T.C.) para tratamento da fibromialgia, como conduta conservadora não cirúrgica (MELZACK, 2006,). A eficácia da acupuntura tem sido exaustivamente pesquisada nos últimos 30 anos. (WEIDEBACH, 2002).

O presente estudo teve como objetivo a diminuição da sintomatologia característica da patologia, através da utilização da magnetoterapia como forma de tratamento, sendo esta capaz de inibir o ciclo espasmo-dor presente, melhorando assim, as valências físicas e outros fatores.

Foram tratados pacientes do sexo feminino, entre 40 a 50 anos de idade, que devido a Fibromialgia apresentavam a sintomatologia característica, além de outras doenças associadas como síndrome Sjogren e Lupus Eritematoso Sistêmico.

Na primeira sessão foram avaliados através dos conceitos da MTC; depois foi feita reavaliações em cada sessão associado a escala visual e numérica de dor (MELZACK,1965), escalas onde os paciente no inicio e final de toda terapia, assinalavam a posição, do modo que apresentava a dor naquele instante da avaliação. (MACIOCIA, 2007).

O tratamento foi feito com a aplicação de magnetos de ferrita, potência 570 GAUSS, pólo norte, fixados por esparadrapo microporo nos pontos anatomicamente padronizados bilateralmente e aplicados na inserção dos músculos occipitais; coluna cervical baixa (C5-C6); músculo trapézio; borda medial da espinha da escápula; quadrantes externos superiores das nádegas; proeminências dos trocântares maiores do fêmur; segunda junção costocondral; epicôndilo lateral do cotovelo e coxim adiposo medial do joelho (junto ao tendão da pata de ganso). Os magnetos foram fixados em pontos pré estabelecidos (tender points) e denominados na M.T.C. como pontos ashi. (MACIOCIA, 2007).

Realizou-se sessões na casa da própria paciente através do atendimento de Homecare, sendo os magnetos trocados semanalmente. Logicamente não foi alterado o tratamento farmacológico contínuo da paciente. (MACIOCIA, 2007).

Após algumas sessões os valores obtidos em todas as terapias, tanto pré como pós-sessão, foram tabulados e calculada a média onde a dor inicial obteve o valor 09 pontos e a média obtida no final de todas terapias foi de 5,70 pontos demonstrando uma diminuição de aproximadamente 3,3 pontos na primeira e última sessão de Acupuntura.


Tabela 1 – Demonstrando o valor da E.V.A. obtida em cada sessão

Foi observado que após o tratamento, as pacientes apresentaram uma diminuição significativa na sintomatologia proporcionando uma melhor qualidade de vida para a mesma.


Gráfico 1 – Observa-se a diminuição da dor após a aplicação dos magnetos-(MACIOCIA, 2007).

No quesito Magnetoterapia, existem poucos estudos e os que existem, estão sendo elaborados em diversos paises como Argentina e Índia, mas neste relato de caso observamos que a Magnetoterapia uma escolha válida para pacientes que tem aversão ao tratamento convencional da acupuntura com agulhas. (MACIOCIA, 2007).

CONCLUSÃO: Através dos resultados pode-se demonstrar que a Acupuntura, mais precisamente a Magnetoterapia, é uma efetiva forma de tratamento para pacientes fibromiálgicos, sendo possível observar uma melhora no quesito das dores difusas e suas complicações como a insônia, fadiga e irritabilidade. A Magnetoterapia intercede indireta e diretamente nas valências físicas e psicológicas nas pacientes portadoras de fibromialgia, sendo então um recurso eficaz no tratamento e sendo necessários mais estudos com a intenção de demonstrar a sua efetividade observada neste estudo.

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