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Avaliação da dor e da amplitude de movimento da coluna cervical e da articulação gleno-umeral

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Elaine Iwassaki
Giovana Maria Mascarenhas de Souza

Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

Esse estudo realizou uma pesquisa descritiva de campo, utilizando terapia com ventosa fria e ventosa quente, de forma comparativa, nas atletas de handebol da seleção sorocabana feminina categoria júnior, tendo como base a quantificação dos dados coletados. Nenhum teste de exclusão foi realizado, a fim de obter análise completa dos atletas. A pesquisa de campo foi realizada com um grupo de 14 atletas da equipe da seleção sorocabana de handebol feminino categoria júnior, com faixa etária entre 17 e 21 anos. Todos assinaram o termo de consentimento conforme resolução do Conselho Nacional de Saúde.

Os dados desse estudo foram coletados junto ao Ginásio Municipal de Sorocaba Glauberto Moreira, onde as atletas em referência realizam os treinos preparatórios, três vezes por semana, no período vespertino em uma média de 3 horas.

A pesquisa foi realizada no período de Junho a Agosto de 2011. Foi dividido o total de atletas em 2 grupos, sendo G1 a ventosa fria (às segundas-feiras) e G2, a ventosa quente (às sextas-feiras). A coleta dos dados foi feita através da terapia realizada antes dos treinos, uma vez na semana, por um período de 1 mês e 1 semana. Antes de iniciar o tratamento, explicamos às atletas a finalidade do estudo e o termo de consentimento livre e esclarecido.

A terapia era constituída de avaliação da amplitude de movimento da articulação gleno-umeral do lado dominante, avaliação da articulação cervical e avaliação da dor, pré e pós a aplicação das ventosas, que eram mantidas por um período de 7 minutos. Cada aplicação consistia do uso de três ventosas nos pontos-gatilho referidos no músculo trapézio nas fibras superior e média, de cada atleta.

A mensuração da dor foi feita através da Escala de Dor Visual Numérica (EVN), graduada de 0 a 10, sendo 0 a ausência total de dor e 10 a dor máxima. A amplitude de movimento foi avaliada através da mensuração por goniômetro, tendo como base os valores descritos no livro ‘Manual de Goniometria’ da autora Amélia Pasqual Marques. Após a coleta, a análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva e os dados representados por gráficos do programa Excel 2003/XP da Microsoft Office.

Os resultados foram demonstrados através da representação gráfica.

O percentual de melhora da amplitude de movimento (ADM) da articulação da coluna cervical, com a terapia de ventosa quente, no movimento de flexão, foi de 2,38%, já com a ventosa fria, obtivemos 5,23%.

No movimento de extensão, o percentual foi de 2,04% com ventosa quente e 2,62% com a ventosa fria; na flexão lateral à direita (SLD) a ventosa quente nos mostrou 6,96% de melhora e a ventosa fria, 8,36%; na flexão lateral à esquerda (SLE) a ventosa quente teve um percentual de 7,01% de melhora e a ventosa fria, 6,07%; Na rotação à direita, a melhora foi de 4,5% com a ventosa quente e 5,42% com a ventosa fria, e por fim, no movimento de rotação à esquerda, a ventosa quente gerou uma melhora de 4,76% e com a ventosa fria, a melhora foi de 5,75%.

O percentual da melhora da ADM da articulação gleno-umeral no movimento de flexão, a ventosa quente promoveu uma melhora de 0,99% e com a ventosa fria, a melhora foi de 1,07%. Na extensão, obteve-se o percentual de 1,74% com a ventosa quente e com a ventosa fria, 4%. Na abdução a ventosa quente nos mostra uma melhora de 1,76% e a ventosa fria, 1,19%. No movimento de adução a melhora com a ventosa quente foi de 10,08% e com a ventosa fria, 7,96% e por fim, com a rotação externa, obteve-se uma melhora de 5,86% com a ventosa quente e 3,93% com a ventosa fria. O movimento de rotação interna não foi representado graficamente, pois todas as atletas mostraram 100% de ADM.

O percentual de melhora da dor, medido através da Escala de Dor Visual Numérica (EVN): com a ventosa quente, o percentual de melhora constatado foi de 38,45%. Já com a ventosa fria, esse valor se deu em 23,88%.
Analisando qual ventosa foi mais eficaz, de acordo com o total de movimentos avaliados, correspondente a 11: a ventosa fria obteve melhora em 63,33%, ou seja, 7 movimentos. Já a ventosa quente apresentou uma melhora em 4 movimentos, o que corresponde a 36,36%.

Discussão: Ponto-gatilho miofascial é definido como um local hiperirritável no músculo esquelético, associado a um nódulo hipersensível palpável e uma faixa tensa. Ele pode diminuir a flexibilidade muscular, promover fraqueza e alterar a propriocepção. (Kostopoulos e Rizopoulos, 2007). A estagnação de Qi gera dor, e a nível muscular, gera rigidez e tensão, que, juntamente com alguns fatores de desequilíbrio, desencadeia pontos-gatilho. (Maciocia, 2006)

A aplicação da ventosa demonstra a importância da troca gasosa que ocorre pelo uso da pressão negativa produzida pelo vácuo, promovendo o esvaziamento sanguíneo dos tecidos e o aumento da circulação, visando limpar o sangue de impurezas, substituindo por outras, as células sanguíneas extravasadas. O acúmulo de sangue sujo local é removido, trazendo o alívio da dor. De acordo com os resultados obtidos na pesquisa realizada, a ventosa fria se mostrou mais eficaz, no que se diz respeito à melhora da amplitude de movimento na articulação cervical, melhorando o percentual em 5 dos 6 movimentos avaliados, o que equivale à 83,3% do total de movimentos. Somente no movimento de flexão lateral à esquerda, a ventosa fria obteve resultado melhor.

Já na articulação gleno-umeral, a ventosa quente se sobressaiu à ventosa fria, gerando melhora em 3 movimentos dos 5 avaliados, ou seja, 60% do total.

Portanto, em um aspecto geral a ventosa fria se mostrou mais eficaz no ganho de amplitude de movimento quando comparada à ventosa quente, pois com ela, dos 11 movimentos avaliados, entre cervical e gleno-umeral, obteve-se melhora em 7.

Com relação à dor, a eficácia da ventosa quente se fez mais significativa, nos mostrando um percentual de 14,57% maior, quando comparada a ventosa fria.

Concluímos com esse estudo que, a ventosa fria se mostra mais eficaz no ganho de amplitude de movimento, e com relação à dor, a ventosa quente gerou um percentual de melhora maior. Portanto o uso de ventosaterapia se mostrou benéfico, o que possibilita incluí-la como mais uma ferramenta em nossas terapias.

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