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A influência da acupuntura sistêmica na flexibilidade de bailarinas adolescentes

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Marilia Gonçalves Torina
Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

A escolha do tema é devido a importância da flexibilidade para o desenvolvimento da técnica clássica e o elevado consumo de tempo para a melhora da amplitude nos movimentos, portanto, este trabalho consiste em verificar as possíveis implicações que a acupuntura pode acarretar na flexibilidade das bailarinas adolescentes e o percentual de melhora na mesma habilidade após a terapia com as agulhas em pontos localizados na coluna cervical, nos joelhos e tornozelos.

A flexibilidade é de vital importância no domínio das habilidades motoras exigidas durante a prática da dança, e para o ser humano sua importância varia de acordo com a localização anatômica, mas continua sendo fundamental para uma boa qualidade de vida independente da idade, atuando na prevenção de lesões, nas atividades funcionais e na melhora da postura.

Sabe-se que a flexibilidade difere entre homens e mulheres e de acordo com a idade, além de poder ser alterada a partir da menarca.

O aumento de amplitude articular pode melhorar com técnicas de alongamento, variando as manobras, a duração das manobras, o número de repetições por sessão e o intervalo de tempo entre as sessões, todas essas são variáveis muito abordadas e discutidas em pesquisas, mas nenhuma dessas variáveis é comprovadamente indicada como a mais eficiente, pois cada corpo responde de uma maneira a cada estímulo.

Nas aulas de ballet clássico, em pequenas escolas, como na qual foi realizada o estudo, o tempo é insuficiente para a realização de tudo o que a bailarina necessita para um excelente desenvolvimento na dança, sendo assim, as aulas são intercaladas conforme a necessidade da sala. O grupo acompanhado realiza aulas uma vez na semana, sendo que os treinos reservados para a flexibilidade, com duração de uma hora, realizam-se apenas uma vez ao mês, dificultando ainda mais no aumento da amplitude, porém mesmo assim, logo ao término das sessões de alongamento as bailarinas deste grupo e alguns estudos mostram que ocorre um aumento na flexibilidade das áreas trabalhadas, todavia minutos depois essa amplitude diminui, sendo assim um trabalho lento, exigindo muita disciplina.

Devido ao grau de importância da flexibilidade para qualquer indivíduo e ainda mais para bailarinas, unindo a necessidade de resultados rápidos e seguros, o que torna-se desafiador nessa área, associando os estudos da Medicina Tradicional Chinesa que visa o bem estar físico, psíquico e energético ao fato de que o aumento da amplitude da flexibilidade pode ser um fator de equilíbrio, muitas vezes não encontrado atualmente, pois muitas bailarinas praticavam ballet clássico à anos e obtiveram pouca melhora nessa habilidade, a pesquisa tornou-se visada por diversas bailarinas afim de beneficiar-se da técnica, tendo então ótima aceitação pelas mesmas.

A Flexibilidade segundo a Medicina Tradicional Chinesa: De acordo HICKS et al (2007), se o Elemento Madeira está desequilibrado, os tendões tendem a ficar muito rígidos ou muito flácidos e em consequência, se tornam menos funcionais. Os movimentos ficam menos precisos e as articulações podem se tornar doloridas e menos estáveis. Muitas mulheres sofrem de problemas da coordenação e se tornam desajeitadas quando o Elemento Madeira está desequilibrado antes da menstruação. O Fígado “armazena o sangue”; quando o Fígado está funcionando bem, significa que quando o corpo precisa se mover o Fígado pode liberar sangue para mover e nutrir ligamentos, os tendões e as articulações, nas partes em que os ligamentos e os tendões estão retesados e o sangue chega com lentidão permanece com o movimento mais difícil. Essa obstrução no fluxo pode muitas vezes ser observada pela forma como a pessoa se move.

Segundo MACIOCIA (2005), a rigidez dos quatro membros (incapacidade de flexionar ou de estender a articulação), existem muitas causas. Em condições de interior, uma causa comum de rigidez é a ascensão do Yang do Fígado ou Vento do Fígado nos idosos. A rigidez dos membros acompanhada por dores nas articulações ou músculos, ou em ambos, que piora à noite, é decorrente da estase de Sangue. Em condições de Vazio, pode ser decorrente de uma deficiência do Yin do Fígado e do Rim, ou do Yang do Baço e do Rim, esta é mais comum em idosos.

Conforme ROSS (2003), um dos desequilíbrios de Qi é a deficiência, que é a falta de energia, seja no corpo como um todo, seja em órgãos específicos ou partes do corpo. Estagnação é movimento insuficiente em canais específicos ou entre eles, em órgãos ou partes deles. Está associada com bloqueios ou obstruções no fluxo da energia. Pode haver deficiência de energia na frente do local bloqueado e excesso de energia acumulada atrás. A irregularidade é um distúrbio no fluxo livre de energia dentro ou entre os canais, nos órgãos ou em determinadas partes, com distúrbios associados nas funções físicas, nas emoções e no comportamento, sendo assim a energia se desequilibra e o mesmo acontecerá com demais partes que exigem movimentos como articulações e músculos, que desta forma não trabalharão da maneira necessária.

Em casos agudos a flacidez, onde os músculos apresentam-se flácidos, moles, frouxos, dos quatro membros pode ser decorrente de invasão de Vento-Calor nos Pulmões, mais tarde, tornando-se Calor interior e consumindo os Fluidos Corporais do Estômago e do Baço. Em casos crônicos, a flacidez pode resultar de Umidade-Calor afetando o Estômago e o Baço, em casos de Plenitude, ou de uma deficiência do estômago e do Baço, em condições de Vazio. Em casos crônicos graves, a flacidez dos quatro membros é decorrente de uma deficiência do Yin do Rim (MACIOCIA, 2005).

Para FOCKS & MÄRZ (2008) a tarefa principal dos canais de energia musculotendíneos consiste em distribuir energia Qi e sangue sobre a superfície do corpo, assim como em unir músculos, tendões e ligamentos às articulações. Em geral eles ligam grupos de músculos sinergicamente ativos uns aos outros e ao mesmo tempo, protegem os ossos e ligam-se formando uma rede das estruturas do corpo, dessa maneira auxiliam as articulações em sequências de movimentos e em suas funções.

MACIOCIA (2005) afirma que espasmos musculares podem ser decorrentes de deficiência de Yang, transbordamento de Água ou deficiência de Qi e de Sangue. Na deficiência de Yang os espasmos dos músculos são decorrentes da falta de nutrição dos músculos superficiais pelo Qi Defensivo (que é Yang por natureza). O transbordamento de Água indica uma condição de deficiência grave de Yang, levando ao acúmulo de líquidos, que pode ocorrer no Coração, nos Pulmões ou nos músculos, e esse acúmulo de Água nos músculos pode provocar espasmos. A deficiência geral de Qi e de Sangue também pode provocar espasmos musculares quando o Yang Qi falha em nutrir os músculos superficiais e o Sangue falha em nutrir os músculos e os tendões.

A qualidade e a função dos músculos e da carne dependem do qi do Elemento Terra. Músculos fracos indicam fraqueza do elemento Terra, assim como nódulos e inchaços sob a pele indicam transformação deficiente e, portando, fraqueza da Terra (HICKS, 2007).

De acordo com ROSS (2003) na Medicina Chinesa, a função do sistema do órgão Baço é nutrir; não apenas a nutrição física na forma de alimentos e bebidas, mas também a nutrição emocional e mental. O elemento Terra, não apenas supre o Qi e o Sangue como fontes da energia para as atividades físicas, emocionais e mentais do corpo, mas também como matéria-prima para sua estrutura física sólida.

Segundo MACIOCIA (2005) a causa mais comum de atrofia dos músculos do membro é deficiência do Estômago e do Baço, que resulta do fato de o Estômago não estar transportando as Essências dos Alimentos até lá. Outra possível causa que normalmente envolve Coração, Baço e Fígado é a deficiência do Qi e do Sangue. Em estágios mais avançados, a atrofia dos quatro membros, pode ser causada pela deficiência do Yin do Fígado e do Rim, ou pela deficiência do Yang do Baço e do Rim.

Embora pontos do Fígado e da Vesícula Biliar possam muitas vezes ser usados reciprocamente para problemas um do outro, os pontos do canal da Vesícula Biliar são, de forma geral, mais indicado para problemas localizados no próprio canal, sendo assim os pontos da Vesícula Biliar são melhores para mover estagnação do Qi nos músculos: VB-21 e VB-34 (ROSS, 2003).
Conforme MACIOCIA (2005), a causa mais comum de atrofia das pernas é uma deficiência crônica do Estômago e do Baço. Outra causa é a deficiência do Yin do Fígado e dos Rins (mais comum em idosos).

A Acupuntura na Flexibilidade: Para FOCKS & MÄRZ (2008), os pontos com importante ação energética muscular, tendínea e/ou óssea são muitos, porém para este trabalho escolhemos 4: F-8, VB-34, Bp-6 e B-11, devido à sua importância para o objetivo da pesquisa.

Conforme FOCKS & MÄRZ (2008), geralmente, os distúrbios dos canais de energia musculotendíneos mostram-se, ao longo de seu trajeto, com os seguintes sintomas: tensões musculares, dores, cãibras, espasmos, rigidez, paralisias, fraqueza e inchaços dos músculos, tendões e ligamentos. Além disso, toda forma de restrição de movimento nas regiões das articulações indica uma co-participação dos canais de energia musculotendíneos e cada destes canais apresenta uma patologia particular.

Caracterização da Amostra: Foram avaliadas quinze meninas, sendo que cinco destas fizeram parte do grupo de controle e as demais (dez) fizeram parte do grupo tratado com acupuntura, todas praticantes de dança a mais de um ano no mínimo, com idade entre 12 e 15 anos, sendo que todas relataram menstruar antes do início da pesquisa.

Pontos Sistêmicos da Medicina Tradicional Chinesa: Os pontos utilizados foram F-8, VB-34, Bp-6 e B-11 sempre bilateralmente, com agulhas descartáveis de 0,20×15 cm por 20 minutos.

Instrumentos para a Coleta de Dados: Os dados foram coletados em duas avaliações, através de fotografias que não exibissem com nitidez o rosto das bailarinas, em quatro posições diferentes, sendo todas realizadas em aula durante alongamento e aulas de flexibilidade, a fim de comparar a amplitude das articulações envolvidas entre a primeira e a segunda avaliação; ambas as fotos foram tiradas com a mesma máquina (Fine Pix S9000 – digital) sem a utilização do recurso do zoom.

Agregando-se às imagens foi realizado também o diagnóstico energético ao final do tratamento, a fim de analisar sinais e sintomas pré e pós tratamento, através de um questionário formulado a partir de perguntas sobre o cotidiano, onde há também a análise da língua e a partir dessas informações, pode-se identificar o elemento em evidência de cada menina, para então denominá-la Terra, Metal, Água, Madeira ou Fogo, porém devido à falta de informações outro recurso utilizado foi inserir a comparação de algumas meninas conforme características anatômicas e fisiológicas mostradas por LEE (2002), sem os testes alimentares preconizados pelo autor.

Local: As avaliações foram realizadas no ginásio de esportes de um Centro Esportivo da cidade de Sorocaba, ambas aos sábados entre 15h30min e 16h, porém devido à alguns compromissos de algumas bailarinas estas realizaram a segunda avaliação na sexta-feira após a aula, entre 18h e 18h30min, na sala de aula.
O questionário, foi realizado parcialmente via internet e o restante pessoalmente na sala de aula durante os intervalos dos treinos das bailarinas.

Procedimentos: A máquina foi posiciona no centro e em cima de um banco com 0,45 cm de altura, sendo acionada manualmente em todas as fotografias.
Na primeira pose, as meninas mantiveram-se a 2,40m de distância da máquina posicionadas lateralmente à mesma, em pé sem apoio posterior, com joelhos estendidos, quadril em flexão e membros superiores direcionados ao chão a fim de tocá-lo com as palmas das mãos como mostra as figuras 01 e 02.


Figura 01 (FQJP) Figura 02 (FQJP)



Na segunda pose, as meninas mantiveram-se a 2,33m de distância da máquina, posicionadas lateralmente à mesma, sentadas no chão com joelhos estendidos, quadril em flexão, com membros superiores direcionados à frente da cabeça a fim de alcançar com as palmas das mãos o chão, ultrapassando a linha dos pés, como mostra as figuras 03 e 04.


Figura 03 (FQJS) Figura 04 (FQJS)

Na terceira pose, as meninas mantiveram-se a 3,60m de distância da máquina, posicionadas frontalmente à mesma, sentadas no chão, com o quadril em abdução e flexão, extensão de joelhos, com membros superiores direcionados à frente da cabeça a fim de tocar o chão o mais distante possível ao mesmo tempo em que mantinha a abdução máxima com o objetivo de atingir 180º de amplitude, como mostra as figura 05 e 06.


Figura 05 (AQEJS) Figura 06 (AQEJS)

Na quarta pose, as meninas mantiveram-se a 2,51m de distância da máquina, posicionadas lateralmente à mesma, em oito apoios (apoiando no chão, pés, joelhos, cotovelos e mãos), com o quadril em abdução e flexão, flexão de joelhos (encostando as plantas dos pés), com membros superiores direcionados à frente da cabeça, a fim de tocar com as palmas das mãos a maior distância possível, mantendo as pernas o mais próximas do chão possível, como mostra as figuras 07 e 08.


Figura 07 (AQFJ) Figura 08 (AQFJ)

A relação das meninas com os elementos foram encontrados através das características encontradas nos elementos baseando-se na visão da Medicina Tradicional Chinesa:

Terra – desconforto ou queixa relacionada ao Baço e/ou estômago, distensões musculares, elasticidade muscular, pele amarela pálida, lábios pálidos ou carnudos além do normal (para aquela pessoa), gengivas pálidas, transpiração na cabeça, nos membros, dor nos membros e meridiano da dor, dor de cabeça frontal, constipação ou diarréia, apetite aumentado ou diminuído, aversão ou desejo por doce, ciclos curtos ou irregulares de menstruação, menorragia, metrorragia, varizes, sangramento nasal, sentimento de preocupação constante, sonolência, presença de Xie Qi (umidade). Língua: saburra branca, espessa, seca ou úmida, saliva em forma de fiapos, “bolorenta”, seca, sem saburra, corpo com alterações no centro, desde coloração à fissuras, marcas de dentes ou edemaciada.

Metal – queixa ou desconforto relativo à respiração ou triplo aquecedor superior, Pulmão e/ou Intestino Grosso, alterações na pele, alergias respiratórias, edema de pálpebras, transpiração nos pés e nas mãos, tosse seca ou com expectoração, constipação, aversão ou desejo por picante, meridiano da dor, sentimento de tristeza constante, presença de Xie Qi (vento frio, vento calor, secura). Língua: alterações de coloração, na ponta da língua (porção entre ponta e centro do corpo), saburra acastanhada, úmida, saliva em forma de fiapos, seca.

Água – queixa ou desconforto relacionados ao Rim e/ou Bexiga, dores na coluna lombar, aparecimento precoce de cabelos brancos, infecções auditivas frequentes, diminuição da audição, surdez, hipoacusia hereditária, tinidos, zumbidos, fraturas frequentes, grande mobilidade articular, sentimento de medo constante, patologias crônicas, repetidas gestações e/ou abortos, face vermelha malar, palidez ou cinza escurecida, edema de pálpebra inferior, retração palpebral, meridiano da dor, atrofia muscular, frio nas extremidades, frio na coluna lombar ou no corpo todo, calor no alto e frio embaixo, transpiração noturna ou nos cinco palmos, dor de cabeça occipital, constipação, retenção de urina, dificuldade de urinar, enurese, incontinência urinária e outros distúrbios urinários, sonolência, aversão ou desejo por alimentos salgados, sede aumentada, ciclo menstrual regular ou longo. Língua: saburra enegrecida, acinzentada, sem brilho, úmida, escorregadia, seca, corpo pálido e úmido, corpo vermelho sem saburra, alterações no terço superior da língua, tamanho diminuído ou mesmo fina.

Madeira – alterações ou queixas relacionadas ao Fígado e/ou Vesícula Biliar, torções repetidas, inflamações nos tendões ou bursas, sentimento de raiva constante, aversão ou desejo ao ácido ou azedo, dietas exageradas, Xie Qi (umidade pode afetar a Vesícula Biliar), face ictérica, amarela pálida, são as mais comuns, estrabismo, ptose ou retração palpebral, lábios pálidos, purpuricos, afinamento da pele, cicatrizes fibróticas, aversão ao clima quente, frio nas extremidades, calor na cabeça, dor por excesso, deficiência em pontada ou surda, dor de cabeça ao anoitecer, em distensão, em pontada, piora com tensão pré menstrual e emocional,meridiano da dor, dificuldade para evacuar, dificuldade para dormir, estalidos no ouvido, ciclo menstrual regular, irregular e demais variações, tensão pré menstrual, acne, inchaço cólicas, cansaço, problemas digestivos. Língua: alterações nas bordas laterais da língua como coloração vermelha e manchas, fina.

Fogo – alterações ou queixas relacionadas ao Coração e/ou Intestino Delgado e/ou Pericárdio, alterações no paladar, fala, sono agitado ou dificuldade para dormir, alterações na coagulação, desejo ou aversão por amargo, sentimento constante de euforia (ansiedade), mas emoções constantes alteram este elemento, pois todas as emoções estão/ passam pelo Coração e Pericárdio, Xie Qi (calor invade o pericárdio e intestino delgado), meridiano da dor, face branca edemaciada, retração palpebral, aftas, transpiração nas mãos e pés, dor no tórax, palpitações, constipação, equilíbrio emocional, criatividade. Língua: alterações na ponta da língua como coloração e manchas, corpo longo, fissura longa no centro e atinge a ponta.

A relação das meninas com os elementos foram encontrados através das características encontradas nos elementos baseando-se na visão de LEE (2002):

Madeira (grupo Hepático, são denominados de Tipo I, o eixo de desequilíbrio é entre metal e Madeira) – as características físicas são: tórax maior, ombros largos, cintura mais fina que o tórax, brilho intenso nos olhos, fraca sustentação de coluna e pernas, pode apresentar hipofunção hepática, pessoa alta com ossos largos e longos, pálidos e magros. As patologias mais frequentes são: gastrites, úlceras, contraturas tensionais nas regiões superiores do corpo, vista cansada e seca, com sensação de retração nos olhos, pode apresentar bloqueios inspiratórios, tosses, laringites, sinusites, bronquites, gripes, evacuações frequentes.

Metal (grupo Pulmonar, são denominados de Tipo III, o eixo de desequilíbrio é entre Madeira e metal) – as características físicas são: abdomem e cintura proeminente, caixa torácica pouco pronunciada, ombros mais estreitos, tronco comprido e pernas curtas, esqueleto grosso, mãos e pés grandes e úmidos, boa energia muscular e tendinosa, articulações fortes, muita transpiração e pele bastante oleosa e grossa, boa função digestiva. As patologias mais frequentes são: congestão hepática, hepatites e cálculo biliar, meteorismo, hipertensão arterial, opressão torácica, dispneia suspirosa e angústia respiratória, asma, rinite alérgica, gripes, pele sujeita à dermatoses e problemas mais gerais de pele, constipação intestinal ou diarréia, fissura anal ou hemorroidas, ombro doloroso.

Fogo (grupo Cardíaco, são denominados de Tipo II, o eixo de desequilíbrio é entre Fogo e Água) – as características físicas são: baixa energia e,m Rim, o que implica em hipofunção renal, órgãos genito-urinários não bem desenvolvidos, quadril estreito e cintura fraca, coluna e pernas fracas, panturrilhas e tornozelos finos, tronco curto e pernas mais cumpridas, brevelíneo, tórax em forma de barril, abaulado, brilho nos olhos e fraqueza nos membros inferiores, pele clara e seca, voz aguda e clara. As patologias mais frequentes são: cálculos renais, infecções urinárias, cistites, nefrites, insuficiência renal, acompanhada por alterações congênitas, esqueleto fraco e fino, predisposição à osteoporose, artrose e distrofias, processos nevrálgicos e neuropatias de um modo geral, o Rim em deficiência desequilibra as emoções podendo gerar ansiedade, tensão nervosa e inquietude, palpitação, dor pré-cordial, taquicardia e arritmia, úlceras pépticas, esofagite, refluxo por hérnia de hiato, enxaqueca, zumbido, cefaléia tensional, rigidez da nuca e pescoço, constipação intestinal, ombralgia, periartrite escapulo umeral.

Água (grupo renal, são denominados de Tipo IV, o eixo de desequilíbrio é entre Água e Terra) – as características físicas são: morfologicamente equilibrado, fisicamente sadio de estatura mediana, mãos e pés pequenos, pele macia com pouca transpiração. As patologias mais frequentes são: processos inflamatórios nos órgãos genito-urinários, congestão intrapélvica, corrimentos, cistites, insuficiência renal no final da vida, nefrite, lentidão, ansiedade, medo, palpitações, cardiopatias nervosas, baixa função digestiva, gastroptose, pioram com alimentos crus e de natureza fria, engole muitas coisas (emocionalmente), secreção catarral abundante.

Apresentação do Resultado

GRÁFICO 1: Resultado do grupo tratado com acupuntura.
Conforme o gráfico abaixo, nas meninas que realizaram a acupuntura direcionada à flexibilidade e a prática da técnica clássica, observa-se que na posição FQJS a melhora foi na grande maioria, exceto uma bailarina que piorou. Na FQJP a mesma menina mostrou piora e duas mantiveram-se com a mesma amplitude e sete melhoraram. Na AQFJ, a melhora apareceu em sete meninas e as outras três a amplitude se manteve. Na AQEJS a melhora foi apenas em uma menina e as outras nove bailarinas mantiveram-se com a mesma flexibilidade.

GRÁFICO 2: Resultado do grupo controle.
De acordo com o gráfico abaixo, nas meninas que não realizaram a acupuntura, e sim apenas a prática da técnica clássica, observa-se que nas posições FQJP, AQEJS e AQFJ, duas bailarinas obtiveram melhora, sendo que duas mantiveram-se na mesma amplitude nas posições FQJP e FQJS; já nas posições AQEJS e AQFJ, três mantiveram-se com o mesmo nível de flexibilidade, todavia duas pioraram na posição FQJP e uma na FQJP.

GRÁFICO 3: Resultado da frequência das bailarinas do grupo de sexta-feira nas aulas de ballet durante o tratamento.
Como pode-se observar nenhuma obteve frequência total, sendo que apenas uma teve uma falta, três faltaram três dias, uma quatro dias, uma cinco dias e duas seis dias, durante os meses de tratamento (agosto, setembro, outubro e novembro de 2013).

GRÁFICO 4: Resultado da frequência das bailarinas do grupo de sábado nas aulas de ballet durante o tratamento.
Conforme o gráfico abaixo constata-se que nenhuma teve aproveitamento total das aulas, sendo que uma teve uma falta, duas faltaram dois dias, uma faltou três, uma faltou quatro, uma faltou cinco e outra faltou seis dias, durante os meses de tratamento (agosto, setembro, outubro e novembro de 2013).

 GRÁFICO 5: Resultado da frequência das bailarinas do grupo tratado com acupuntura durante o tratamento.
Observando o gráfico abaixo, pode-se afirmar que todas as bailarinas faltaram em pelo um sessão, como observa-se também que três meninas ausentaram-se em um dia, duas em dois dias, quatro em três dias e uma delas não foi à cinco sessões.

 Chegou-se à conclusão de que as meninas podem ser consideradas de tais elementos, devido às respostas das mesmas, obtidas através do questionário, e essas características citadas correspondem a algumas características daquele determinado elemento, sendo assim conclui-se os gráficos abaixo.

GRÁFICO 6: Resultado da relação dos elementos com as bailarinas do grupo tratado com acupuntura.
Analisando o gráfico abaixo observa-se que a maioria das bailarinas enquadram-se no elemento Metal, somando três indivíduos. Os elementos Terra, Madeira e Fogo totalizam duas bailarinas e o elemento Água apenas uma.

GRÁFICO 7: Resultado da relação dos elementos com as bailarinas do grupo de controle.
Abaixo o gráfico mostra que das cinco bailarinas, três pertencem ao elemento água e duas ao metal.

Discussão : Durante o período de pesquisas bibliográficas, não encontrou-se nenhuma literatura que associasse a ação energética dos acupontos com a flexibilidade de bailarinas ou de qualquer outro grupo, seja atleta ou sedentário, sendo assim abrem-se novas possibilidades de alterações da metodologia, para a obtenção de outros resultados, positivos ou não da flexibilidade.

A melhora da amplitude ocorreu nas posições que exigiram a flexibilidade dos músculos posteriores das pernas (posições: FQJP e FQJS); a estabilidade da flexibilidade nos músculos internos das pernas (posições: AQEJS e AQFJ) ocorreu na maioria das meninas; porém podemos relacionar esse resultado à escolha do ponto também, já que as meninas do grupo de controle obtiveram maior flexibilidade nos músculos internos das pernas e estabilizaram, melhoraram ou até mesmo pioraram a flexibilidade dos músculos posteriores das pernas, além das características individuais correspondentes a cada elemento.

A avaliação deste trabalho, foi realizada apenas ao final do tratamento comparando aspectos pré e pós tratamento com acupuntura e no mesmo período para as meninas do grupo de controle, baseando-se nos dados atuais das mesmas, desta forma muitos fatores ficaram vagos devido à falta de tempo suficiente para o interrogatório e avaliação da língua das participantes de ambos os grupos, pois os encontros eram durante as aulas e a finalização da pesquisa coincidiu com as férias das alunas. Com o retorno das atividades, algumas alunas, ainda em férias escolares, não retornaram ao ballet, dificultando ainda mais a visualização da língua ou possíveis perguntas complementares, por isso a avaliação energética não foi tão precisa quanto fazia-se necessária, impossibilitando um diagnóstico energético mais preciso e a relação entre cada bailarina com um dos cinco elementos.

Na metodologia do trabalho cita-se a outra maneira de realizada para a avaliação de algumas das bailarinas, que ausentaram-se durante a entrega do questionário (via internet) e nas semanas sequenciais, todavia, esta outra forma de avaliação não foi adequada por misturar pontos de vista distintos, já que a avaliação proposta pelo autor da acupuntura constitucional, não corresponde à avaliação descrita nesta pesquisa, além dos testes alimentares citados pelo autor que não foram realizados devido à ausência das integrantes, sendo assim não se pode afirmar os elementos que algumas meninas correspondem, já que essa linha da acupuntura mostra que uma mesma pessoa pode ser dois ou um elemento (tipos).

De acordo com a avaliação do interrogatório e da língua feita nesta pesquisa, algumas bailarinas de ambos os grupos não estavam tão bem energeticamente, portanto as respostas corporais foram tão distintas entre meninas do mesmo elemento e grupo, pois apresentavam grande deficiência de xue do Fígado, estagnação do xue do Fígado, deficiência do Qi do Baço, deficiência do Qi do Pulmão, entre outras síndromes não tão comuns nos grupos.

Conforme com o gráfico 6 podemos observar a eficácia dos acupontos utilizados em relação à melhora da flexibilidade, já que a maioria obteve resultados positivos, sendo os mais significativos nas meninas de elementos Metal, Madeira, Fogo, Água e Terra , nesta ordem de melhora na amplitude. As meninas do grupo de controle são ligadas aos elementos Água e Metal.

Na visão Ocidental, as variações das flexibilidades dos grupos musculares posteriores e internos das pernas, do grupo de controle estão indiretamente ligadas ao número de aulas, pois tivemos, devido aos feriados, números distintos de treinos entre bailarinas de sexta-feira e sábado, nesses dois sub grupos estão mesclados o grupo de controle e o que realizou o tratamento com acupuntura. Um fator diretamente ligado às respostas foi a falta (individual) nas aulas, já que a falta em uma aula deixa a aluna com quinze dias sem prática de qualquer alongamento e/ou técnica, bem como o fator genético e energético; sendo assim para uma posterior pesquisa seria mais adequado o número de aulas iguais entre todas (o) as (o) integrantes da pesquisa, para assim obter um resultado mais consistente e real, podendo averiguar também a influência genética e energética, na flexibilidade a partir de um criterioso questionário para avaliação energética prévia e posterior ao tratamento.

Na visão Oriental, os elementos a elas ligados foram um dos fatores mais importantes, pois o elemento Metal rege a pele, atuando indiretamente na flexibilidade, beneficiando secundariamente a amplitude do movimento, governa o Qi, contribui na formação do Qi nutritivo, seu espírito é o Po que é responsável pelos limites, sendo assim os limites musculares e articulares com o auxílio dos pontos receberam, mais energia e foram nutridos da maneira necessária para a evolução encontrada.

No elemento Madeira, encontramos o Fígado, que por ser o responsável por manter livre o fluxo energético contribuiu para que o equilíbrio energético dos membros melhorassem, influenciando na emoção que interfere no fluxo do Qi, xue e Jin Ye, assim a amplitude consequentemente melhorou, pois com uma melhor circulação, não encontra-se, ou ao menos diminui as dores, tensões musculares e câimbras. Seu espírito é o Hum, responsável pelo planejamento, dá direção e sentido à vida, auxiliando a partir dos pontos no objetivo das meninas, que era melhorar.

O Fogo é o elemento que governa o xue, atuando desta forma no direcionamento da nutrição muscular e tendínea, é no Coração (seu respectivo órgão) que o Qi nutritivo é transformado em xue; encontramos também o espírito Shen que influencia no equilíbrio emocional e funcionamento geral de todo o organismo.

Outro elemento encontrado foi a Água que rege ossos, portanto atua e beneficia as articulações, controla a recepção do Qi, é morada do Yin e Yang de todo o organismo, sendo assim auxiliado no equilíbrio energético pelos pontos, além de abrigar o espírito Zhi que é responsável pela força de vontade, exemplificando também a vontade, mesmo que de forma inconsciente, de melhorar a flexibilidade.

O último elemento restante, a Terra, rege a musculatura corporal, sendo assim se bem nutrido, este elemento por si só pode melhorar a flexibilidade corporal, porque também é o Baço (seu respectivo órgão) que extrai dos alimentos o Qi nutritivo que será utilizado por todo o organismo, governando também seu transporte e transformação, portanto liga-se diretamente à qualquer debilidade dos membros, foi devido à essa relação direta à fisiologia humana que as meninas deste elemento obtiveram uma resposta positiva.

Para maior fidedignidade, as posições fotografadas, que são utilizadas em aulas, poderiam ser realizadas com metragens (por fita ou compasso) junto ao fundo ou corpo das bailarinas, para garantir a melhora, piora ou a estabilidade da amplitude das mesmas através de comparação numérica e não apenas comparação visual como a realizada neste processo.

O nível técnico das bailarinas é parecido, porém não igual, pois há meninas que praticam outras modalidades de dança, ou ainda fazem ballet mais de uma vez na semana, devido ao fato de estar inserida em outra escola ou grupo de dança; todavia esses fatores, outra modalidade, mais prática durante a semana ou anos de prática não foram fatores que demonstraram influência direta e significativa nas avaliações, mesmo porque, cada área da dança tem como objetivo habilidades distintas, como por exemplo, o ballet necessita principalmente de força e flexibilidade para a realização de movimentos suaves, precisos e consequentemente boa técnica.

Mesmo com as influências das variações e diferenças anteriormente citadas, consegue-se analisar que a acupuntura influenciou sim na flexibilidade, e como essa possibilidade já era prevista, foi positivamente, mostrando que as sessões podem, mas não devem compensar uma ou outra falta nas aulas de ballet, pois a aula não é sempre focada apenas na flexibilidade e sim intercalada com outros exercícios importantes para a dança e/ou grupo, todavia, se associar-se uma boa frequência nas aulas e sessões de acupuntura, o resultado pode ser mais eficaz.

Conclusão: O presente estudo permitiu concluir que a acupuntura interfere positivamente na flexibilidade, desde que associada à um exercício físico onde possibilita o treinamento desta habilidade, independente do elemento, porém a melhora pode ser mais ou menos significativa, pois o principal fator será o equilíbrio energético geral;

A prática da dança requer o aprimoramento harmonioso de diferentes capacidades motoras e a flexibilidade é muito exigida no ballet clássico, consumindo muito tempo das bailarinas para aumentar a amplitude de movimento, a acupuntura é uma opção para associar-se à prática, pois assim as praticantes dessa arte terão mais tempo para aprimorar outras capacidades motoras, como por exemplo, a força, além de atuar no reequilíbrio energético como um todo e não apenas local, tornando-se assim um tratamento eficaz.

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