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Tratamento da pitiríase versicolor pelo diagnóstico da medicina tradicional chinesa e tratamento com a auriculoterapia francesa

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Luciano Oliveira Salles Souza
Tatiana Fraga Lima Mortagua
Artigo elaborado baseado em partes do Trabalho de Conclusão de Curso, Autora do artigo: Profa. Larissa A. Bachir Polloni – CETN

O objetivo deste trabalho foi comprovar a possibilidade de se fazer um tratamento para pitiríase versicolor – assim diagnosticado pela medicina ocidental – valendo-se da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) e AF (Auriculoterapia Francesa). Para isso usamos as técnicas básicas para diag¬nós¬tico (inspecionar, ouvir e cheirar, questionar, exa¬minar o físico e a pulsologia) da MTC (Medicina Tradicional Chinesa).
Os pontos: cicatrizes psíquicas, trigêmio, tálamo e pele foram estimulados com agulhas sistêmicas Dongbang tamanho 0,20 X 15 durante 20 (vinte) minutos por sessão de tratamento, já os outros pontos foram estimulados com agulhas auriculares Lautz semi permanentes que permaneciam na orelha do paciente durante uma semana, ou seja, até a próxima sessão de tratamento, já que as sessões foram semanais.

Todos os pontos foram estimulados com agulhas sistêmicas Dongbang tamanho 0,20 X 15 durante 20 (vinte) minutos por sessão de tratamento, sendo que as sessões também foram semanais. Não há o uso de agulhas semi permanentes.

O tratamento teve inicio em 22 de maio de 2011.

Após a primeira sessão o paciente já relatou que durante a semana além das dores nas orelhas (devido as agulhas semi permanentes) teve um fato que lhe chamou a atenção, apesar de não saber se tinha relação com o tratamento, disse o paciente: “…depois de mais de 30 (trinta) anos voltei a ter um sonho que me era recorrente na infância, sonhava vários dias na semana este mesmo sonho quando criança, no sonho eu estou girando em uma espécie de redemoinho imerso em um líquido grosso de uma cor igual a café com um pouco de leite, aquele movimento centrípeto me levava para um abismo e aquilo me causava um medo, uma angústia, um desespero, que antes que eu caísse no abismo eu acordava ofegante e confuso, algumas vezes adormecia logo em seguida e voltava a sonhar o mesmo sonho o que fazia com que minha noite fosse de terror…”.

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Foto 01 – Após a 1ª sessão de tratamento    Foto 02 – Após a 1ª sessão de tratamento

Após a segunda sessão o paciente relatou que as dores nas orelhas já estavam mais brandas, mas que algumas vezes durante aquela semana havia sentido uma dor aguda na região lateral esquerda de sua cabeça, região esta que segundo o paciente ele havia tido duas fraturas em um acidente de moto há 25 (vinte e cinco) anos aproxi-madamente.

As manchas de pitiríase, no entanto pareciam não ter sofrido nenhuma alteração aparente.

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Foto 03 – Após a 2ª sessão de tratamento

A terceira sessão parece não ter tido nenhum fato marcante a não ser as dores nas orelhas que já haviam se tornado quase nulas.

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Foto 04 – Após a 3ª sessão de tratamento

Foi na quarta sessão que o paciente relatou sobre os sonhos de novo, disse ele: “…sonhei novamente aquele mesmo sonho, só que desta vez percebi que o medo do a¬bis-mo havia sumido, pelo contrário, no sonho eu queria mesmo era cair no abismo e ver o que havia além daquele ponto, só que acordei e mesmo me esforçando para voltar a sonhar não consegui mais voltar ao mesmo sonho…”.

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Foto 05 e 06 Após a 4ª sessão de tratamento 

A partir da quinta sessão relatou o paciente que toda semana ele sonhava pelo menos uma vez o tal do “sonho do abismo”, relatou também uma dor na região anterior do músculo masseter (região do ponto ID-18) e as dores na região lateral esquerda da cabeça também começavam a lhe incomodar com mais fre¬quência.
As manchas da pitiríase pareciam estar se aglutinando, como se elas estivessem se unindo, ou seja, as pequenas manchas pareciam migrar umas para perto das outras formando manchas maiores e em menor quantidade.

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Foto 07 – Após a 6ª sessão de tratamento    Foto 08 – Após a 6ª sessão de tratamento

 Na nona sessão, ou seja, no retorno da oitava sessão o paciente se mostrava can-sado, relatou que após a oitava sessão teve uma dor muito forte na cabeça e a descreveu da seguinte maneira: “…a sensação nítida de que minha cabeça havia se partido se dividindo em duas partes, começou bem acima do olho esquerdo, no fundo do meu olho esquerdo, era como se minha cabeça estivesse se partindo, formando uma fenda de uns dois centímetros aproximadamente, aquela fenda foi se alargando e partindo até o topo da minha cabeça, abrindo a testa, a nuca, enfim eu podia até sentir algo como uma corrente de ar, um vento, que passava por entre as duas partes em que minha cabeça se dividiu e a dor era assus¬tadora, eu sentia frio na cabeça devido a este vento, não gostaria de sentir isto de novo…”.

Em relação ao sonho ele relatou que conseguiu entrar no “abismo” era uma queda agradável por ser uma novidade, mas não deixava de ter uma vertigem da queda, um enjôo, um medo controlável, porém era só uma queda sem fim.

As manchas seguiam a mesma tendência de se aglutinar, porém nenhuma melhora notável acontecia o que estava desestimulando o paciente a continuar o tratamento.

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Foto 09 – Após a 7ª sessão de tratamento

Durante a nona sessão o paciente relatou que já havia começado a sentir nova-mente a dor da “fenda na cabeça”, porém realizou a sessão completa.

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Foto 10 – Após a 9ª sessão de tratamento     Foto 11 – Após a 9ª sessão de tratamento
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Foto 12 – Após a 9ª sessão de tratamento      Foto 13 – Após a 9ª sessão de tratamento

Décima sessão, dia 28 de julho de 2011, o paciente decidiu parar com trata¬men-to, ao menos momentaneamente, pois além da dor de ca¬be¬ça forte, voltou a sentir as dores no rosto na região do osso zi¬go¬mático, do músculo mas¬seter (região do ponto ID-18) e com muita intensidade também, além do fato de as man¬chas não estarem dando sinais de que estariam dimi¬nuin¬do.

Dia 9 de dezembro de 2011, após quatro meses e alguns dias, o paciente resolve voltar ao tratamento, agora seguindo o 2º protocolo.

Segunda sessão, dia 15 de dezembro, o paciente diz não ter sentido nada de diferente, nem sonhos, nem dores, as manchas ainda sem sinais aparentes de alguma mudança.

A terceira sessão acontece somente no dia 10 de janeiro de 2012, a impressão do paciente de que as manchas estejam se aglutinando novamente e que a mancha maior nas costas parece estar diminuindo a partir das partes superior e inferior das costas, como se a mancha estivesse se encolhendo em direção a parte central das costas.

É claro que em relação as manchas da pitiríase versicolor os resultados se mostraram pouco animadores, por se tratar de uma invasão de fungos, imaginamos que é preciso um tempo maior de tratamento para determinar se haverá sucesso ou não, somando-se a isso o fato de que na metodologia do 2º protocolo o estímulo é somente durante a sessão (20 minutos) o tempo deve ser ainda maior para que surta o efeito desejado, isto sem levar em consideração que o modo de vida do paciente pouco ou quase nada foi alterado, seus hábitos, sua rotina diária de trabalho, sua alimentação etc.

Talvez com o auxílio de outras técnicas o tratamento possa ser mais eficaz e rápido, mas temos convicção de que é possível sim, tratar pacientes com a Auriculo-terapia Francesa a partir de um diagnóstico pela MTC.

O tratamento deve continuar pelo menos por mais oito sessões, o que esperamos que seja feito com a freqüência necessária e de maneira ininterrupta para então avaliarmos se houve sucesso ou não.

Quanto à parte psíquica é inegável que houve uma interferência, uma mudança, um ajuste nos traumas infantis ou não, uma espécie de acerto de contas com o passado, mas isto já é um outro estudo que deve ser feito em um outro momento.

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