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Eficácia da Auriculoterapia com Cristais Radiônicos na Redução dos Efeitos Adversos do Tamoxifeno

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Baseado no TCC da aluna Bruna Pierin

O câncer de mama está entre as doenças que têm maior incidência, com alta taxa de mortalidade no mundo. No Brasil, estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer) apontam que, em 2018, quase 60 mil mulheres desenvolveram esse câncer. Hoje, se diagnosticado e tratado precocemente, esse câncer tem um bom prognóstico e elevada chance de cura. Dependendo de cada caso, o tratamento ocidental do câncer de mama é constituído por diversas etapas terapêuticas que vão desde cirurgia, quimioterapia, radioterapia como também tratamento com hormonioterapia, como forma preventiva para evitar a recidiva da doença. Um dos fármacos que tem sido utilizado para esta finalidade é o tamoxifeno. Em pacientes com câncer de mama, ele age primariamente como um antiestrogênico, em nível tumoral, prevenindo a ligação do estrógeno ao seu receptor. Esse tratamento hormonal impede que os estrógenos se liguem aos receptores e promova reprodução de células mamárias cancerígenas. No entanto, o tamoxifeno apresenta reações adversas comuns, como alterações gastrointestinais, náuseas, vômitos, alterações de metabolismo, retenção de líquidos, fadiga, fraqueza, entre outros, e também efeitos mais severos como ondas de calor, sangramento vaginal, prurido vulvar e corrimento vaginal, erupção cutânea, intolerância gastrintestinal, inflamação do tumor, tontura e, ocasionalmente, retenção de fluidos e alopecia. (BÖNMANN; LISSARASSA, 2016) A auriculoterapia é uma das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que utiliza o pavilhão auricular para efetuar tratamento de saúde. Cada orelha tem pontos de reflexo que correspondem a todos os órgãos e funções do corpo. Ao promover estímulo destes pontos, o cérebro recebe um impulso que desencadeia uma série de fenômenos físicos relacionados com a área do corpo, produzindo equilíbrio e melhora da saúde. Fazendo parte da auriculoterapia, os Cristais Radiônicos, foram criados em maio de 2008, pelo professor Raul Breves. Eles se constituem hoje num instrumento de comprovada eficiência para estimular pontos de acupuntura e reequilibram energeticamente todo o nosso organismo. A energia desses cristais surgiu a partir de três meditações taoístas. Quando se adesiva um Cristal Radiônico no ponto de algum microssistema ou meridiano energético, além da intenção de cura, ele induz uma frequência que, segundo alguns radiestesistas, só é encontrada em lugares sagrados. Seguindo os mesmos princípios das agulhas de acupuntura ou das sementes de mostarda, os Cristais Radiônicos são programados e desprovidos de energias negativas. Pensando em utilizar os Cristais Radiônicos para minimizar o sofrimento dos pacientes com câncer, principalmente os relacionados aos efeitos adversos dos medicamentos, é que surgiu o interesse por essa temática. O desenvolvimento deste trabalho ocorreu devido ao uso dos Cristais Radiônicos nos pontos de acupuntura auricular, por uma paciente que fazia uso do medicamento tamoxifeno após a retirada de um câncer de mama. Logo no início do uso desse medicamento, a paciente sentiu muitos efeitos adversos como náusea, mal estar, perda de apetite e fadiga. Iniciamos a terapia com os cristais radiônicos e pudemos observar a diminuição dos sintomas indesejados. A partir dessa primeira experiência, decidimos estudar o tema em questão. O objetivo geral deste estudo é avaliar a redução de alguns efeitos adversos do tamoxifeno, utilizando os Cristais Radiônicos na Auriculoterapia.

Metodologia:

Foi utilizado, no presente estudo,  um levantamento bibliográfico, a partir de busca por artigos científicos indexados em bancos de dados, como o Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Scholar Google, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de dados em enfermagem (BDENF), acessados pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), bibliotecas digitais das Universidades e demais revistas científicas, procurando prioritariamente por produções mais recentes. Os descritores buscados foram: Câncer de mama; Tamoxifeno; Medicina Tradicional Chinesa, Acupuntura, Auriculoterapia, Cristais Radiônicos.

O câncer de mama na visão da Medicina Ocidental:

Dados de 2018 do INCA (Instituto Nacional de Câncer) apontam que a incidência do câncer de mama, em mulheres, no Brasil, é de 59.700 casos novos, o que representa 29,5%. Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas. (BRASIL, 2018).

Os diversos tipos de câncer são diferenciados de acordo com a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos (metástase). A partir de uma alteração no DNA da célula, ela passa a receber instruções erradas para a sua atividade.

Existem variações no estadiamento da doença, de acordo com as características biológicas do tumor e as condições da paciente (idade, se já passou ou não pela menopausa, doenças preexistentes e preferências). As modalidades de tratamento incluem tratamento local (cirurgia e radioterapia); tratamento sistêmico quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. Nos Estádios I e II, o procedimento é a cirurgia, que pode apenas retirar o tumor ou mastectomia parcial ou total. Após a cirurgia, tratamento complementar, com radioterapia, em algumas situações. Avaliando-se a possibilidade de retorno da doença, o tratamento sistêmico pode ser indicado e considera a idade da paciente, o tamanho e o tipo do tumor e se há comprometimento dos linfonodos axilares. A hormonioterapia pode ser indicada a partir da mensuração dos receptores hormonais, medidos pelo exame imunohistoquímica. No Estádio III, os pacientes apresentam tumores maiores que 5cm, situação que exige a quimioterapia. No Estádio IV, fase em que já existe metástase, busca-se o controle da doença e o aumento da sobrevida.

O Tamoxifeno é um MSRE (modulador seletivo do receptor de estrogênio), utilizado na prevenção e tratamento do câncer de mama com RE + (Receptor Estrogênio Positivo), geralmente na pós-menopausa (FERREIRA et al., 2011 apud BÖNMANN; LISSARASSA, 2016). É usado na quimioprevenção em mulheres que têm risco de desenvolver câncer de mama e também na terapia sistêmica, após cirurgia ou tratamento quimioterápico convencional. É usado também no tratamento de doenças benignas da mama, por sua capacidade de prevenir a ligação do estrogênio ao tecido alvo. No entanto, o tamoxifeno possui efeitos adversos como ondas de calor, sangramento vaginal, prurido vulvar e corrimento vaginal, erupção cutânea, intolerância gastrintestinal, inflamação do tumor, tontura e, ocasionalmente, retenção de fluidos e alopecia. BÖNMANN; LISSARASSA, 2016). Os autores também mencionam o aparecimento de hipercalemia no início do tratamento, nos casos de metástases ósseas; diminuição na contagem de plaquetas e distúrbios visuais. Ainda de acordo com Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem (2013) foi relatado fibroma uterino. Tumores ovarianos císticos foram ocasionalmente observados em mulheres na pré-menopausa. Leucopenia, algumas vezes associada à anemia e/ou trombocitopenia. Em raras ocasiões foi relatada neutropenia, que algumas vezes pode ser grave assim como eventos tromboembólicos que ocorreram durante o tratamento, têm sido relatados pouco frequentemente. Quando o Tamoxifeno é usado em combinação com agentes citotóxicos, há um aumento de risco na ocorrência de eventos tromboembólicos. O Tamoxifeno tem sido associado com alterações nas taxas de enzimas hepáticas e, em raras ocasiões, a um espectro mais grave de anormalidades hepáticas, incluindo esteatose hepática, colestase e hepatite. (BÖNMANN; LISSARASSA, 2016, p.26) Além desses efeitos conhecidos, Bönmann; Lissarassa (2016, p. 26), apontam a possibilidade de surgirem as alterações endometriais relacionados à terapêutica.

O Câncer na Visão da Medicina Oriental:

De acordo com a visão oriental, existe um vínculo entre as emoções e o câncer. Segundo Soares Neto (2017, p.3) esta visão está fundamentada na Medicina Tradicional Chinesa e os princípios da teoria taoísta que são: a polaridade yin-yang, a teoria dos cinco elementos e os ciclos da criação e do controle, além do paradigma fundamental do “chi”, que a análise ocidental traduziu como energia vital e a contribuição essencial do pensamento oriental que vincula as emoções (a raiva, o medo, a tristeza, a alegria, a preocupação e a ansiedade) com os órgãos ocultos do corpo humano (o coração, o fígado, o baço, o pulmão e o rim). O princípio da polaridade Ying –Yang fala da integração dos opostos e a Teoria dos Cinco Elementos e o “chi”, que foca nos meridianos, nos condutores energéticos ligam-se a escola chinesa, conforme já visto anteriormente neste trabalho. Zampirolli (2016) nos lembra que na MTC as causas das doenças podem ser determinadas por fatores externos e internos. As externas são vento, frio, calor, secura, umidade e calor de verão e as internas são raiva, alegria, preocupação, pensamento obsessivo, tristeza, medo e choque. O corpo saudável tem suas energias em equilíbrio. Quando a vitalidade inata (Qi) e as defesas imunológicas (Wei Qi) estão fortes, é difícil a pessoa contrair uma doença por agentes externos, mas o oposto também é verdadeiro. Na MTC o câncer é considerado como uma doença curável e evitável e seu tratamento pode ser feito com acupuntura através da estimulação que pode ser realizada com diversos instrumentos, invasivos como a agulha ou não invasivos como dedo, sementes, ímãs, magnetos, pastilhas de silício, música, laser ou cristais radiônicos. Em entrevista realizada pelo site “oncofisio”, com o médico Dr. Wu Tou Kwang, algumas informações úteis foram apontadas: todos os pacientes com câncer podem usar a acupuntura, desde que não se puncione o câncer; a imunidade melhora e há redução de efeitos colaterais de Radioterapia ou Quimioterapia, com as sessões de  acupuntura. Existe efeito terapêutico cumulativo em cada sessão e, nos casos de Quimioterapia ou Radioterapia, os efeitos são positivos, se realizados horas antes das sessões. Segundo o Dr Kwang, cada sessão pode ter de 3 a 60 minutos, o ideal 28min48s. Para um tratamento, a fase de ataque consiste em 10 a 30 sessões, conforme a doença; depois existe a manutenção. A frequência às sessões, tradicionalmente e seriam diárias. Entretanto, na vida moderna, não é viável, passaram a ser semanais, mas em casos agudos, mais vezes durante a semana (ONCOFISIO). Relata ainda Dr. Kwang que os enjôos, vômitos e boca seca diminuem com a acupuntura. A respeito de como se dá a formação cancerígena na visão oriental, recorremos a Maciocia (2018) e Zampirolli (2016). Segundo Maciocia (2018) existem quatro categorias de nódulos das mamas na Medicina Ocidental: cistos, fibroadenomas, nódulos ou carcinoma. Vamos nos ater no carcinoma da mama, objeto deste estudo. No carcinoma existe um nódulo duro, único, indolor, unilateral e imóvel, com margens indistintas. Sua incidência é maior após os 50 anos de idade. É quase sempre uma combinação de Fleuma e estase de Sangue ocorrendo em um ambiente de desarmonia dos Vasos de Penetração e Diretor. No carcinoma da mama pode haver Calor Tóxico, além de Fleuma e estase de Sangue. A Fleuma normalmente se manifesta com uma língua aumentada, com saburra pegajosa e a estase de Sangue por uma cor arroxeada nas áreas das mamas da língua e o Calor Tóxico por uma língua vermelha com saburra espessa, seca e amarelo-escura com pontos vermelhos (MACIOCIA, 2018, p. 100). Na visão oriental, três padrões comuns levam à formação dos nódulos nas mamas, tanto benignos como malignos: estagnação do Qi, estase de Sangue e Fleuma. A estagnação do Qi é o primeiro deles; normalmente é resultado do estresse emocional e também pode existir estagnação do Qi do Fígado, causada por emoções como raiva, ressentimento ou frustração reprimida ou ainda, estagnação do Qi do Pulmão, causada pela tristeza, preocupação ou mágoa. Sabemos que toda a formação de “massas” no nosso corpo é considerada FLEUMA.

 A FLEUMA é produto de uma disfunção do Baço-Pâncreas. Quando o Baço Pâncreas por algum motivo fica enfraquecido, ele falha em sua função de “Remover a Umidade Interna”. A Umidade interna que permanece presa em nosso corpo, ao longo do tempo, deixa de ser fluída, tornando-se uma massa viscosa a qual damos o nome de FLEUMA. São exemplos de FLEUMA nos 40 seus mais diversos graus de acometimento: catarro, cistos sinoviais, miomas no útero, cistos no ovário, cálculos renais ou na vesícula, tumores benignos ou malignos, entre outros (ZAMPIROLLI, 2016). O Baço pode ser facilmente atacado pela umidade exterior, mas além dela, existem outros fatores que causam o enfraquecimento do Baço. O fator emocional é um deles. Assim, a preocupação e o estresse podem esgotar a energia do baço. A partir daí, surgem os distúrbios digestivos e a fadiga crônica. A depressão, por exemplo, pode demonstrar que o Qi do baço está fraco. Outros fatores são apontados pela autora Zampirolli (2016): consumo excessivo de alimentos frios, crus e úmidos, que prejudicam a função de transporte e transformação do Baço, causando problemas digestivos como Umidade interior; doença crônica que pode debilitar o Baço e conduzir a uma deficiência da energia do mesmo; trabalho físico excessivo, sendo que o Baço é responsável por manter a força muscular e fica sobrecarregado com atividade física excessiva; perda grande de sangue, uma vez que o Baço é responsável pela produção de sangue, mas se ocorrer uma perda excessiva de sangue, sobrecarrega-se para produzir o sangue perdido, tornando-se deficiente; doenças que afetam o Pulmão- toda e qualquer doença que afete o Baço, irá, em longo prazo, afetar o Pulmão e toda doença do Pulmão irá sugar energia do Baço, fazendo com que ele enfraqueça. A partir do conhecimento dos fatores que enfraquecem o Baço, podemos nos prevenir do câncer.

Caso Clínico:

Paciente do sexo feminino, com 51 anos de idade, em quem foi detectado câncer de mama no início de novembro de 2018. Passou por cirurgia para retirada do câncer em 10/01/19. Foi dispensada da quimioterapia através do exame oncotype e iniciou tratamento com radioterapia no período de 26/03/19 a 22/04/19. Foi prescrito para fazer o uso de tamoxifeno pelo período de 3 anos. Paciente relatou, já nos primeiros dias de uso deste fármaco, alguns efeitos adversos como náusea, mal-estar, perda de apetite e fadiga.

Método: Foi proposto para a paciente a aplicação dos Cristais Radiônicos na Auriculoterapia Chinesa, já que é uma técnica simples, de efeitos rápidos, não gera dor para paciente e com a finalidade de não utilizar agulhas, condição exigida pela paciente. A cada três dias foi realizada a troca dos cristais radiônicos e a cada semana foi utilizada uma orelha diferente. Este tratamento foi realizado durante 10 semanas.

Resultado:

Interpretando os dados colhidos no caso clínico, numa escala de zero a dez, no quesito Náusea, a paciente iniciou a auriculoterapia com 8 pontos na primeira semana e, a partir daí a pontuação foi diminuindo a cada semana, sendo que na 8ª semana de tratamento já não sentia mais esse efeito adverso do tamoxifeno.

No quesito Mal-estar, a paciente apontou 8 pontos na primeira semana; já na segunda semana caiu para 6 e após foi caindo mais, sendo que na 8ª semana já não sentia mais esse efeito adverso.

No quesito Perda de Apetite, no início estava com a avaliação máxima, com 10 pontos; na semana seguinte 9 pontos e continuando, nas semanas posteriores o incômodo foi diminuindo, sendo que na 9ª e 10ª semana já não apresentava mais esse efeito adverso.

No quesito Fadiga, a paciente apontou 8 pontos na primeira semana; já na segunda semana caiu para 6 e após foi caindo mais, sendo que a partir da 5ª semana de tratamento já não sentia mais esse efeito adverso.

Com base em tais argumentações, podemos pensar que o uso dos cristais radiônicos na auriculoterapia pode ser uma ferramenta de auxílio para a redução dos efeitos adversos causados pelo uso do tamoxifeno, em 10 semanas de tratamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve o objetivo de verificar a eficácia do uso dos cristais radiônicos na auriculoterapia, para a redução dos efeitos adversos do medicamento chamado tamoxifeno, usado no tratamento do câncer de mama. A revisão bibliográfica foi realizada através do estudo da Medicina Tradicional Chinesa, seus fundamentos, princípios e formas de tratamento. O destaque maior foi dado à acupuntura, notadamente à aurículoterapia e o uso dos Cristais Radiônicos. A acupuntura auricular é uma prática integrativa em saúde, já estudada por pesquisadores como coadjuvante em vários tratamentos: no tratamento de dores, como mostram Moura et al, (2019), que estudou a dor crônica nas costas; Ruela et al, (2019) que estudou dores em pacientes oncológicos; Mafetoni et al, (2018) que estudou a diminuição da ansiedade em pacientes em trabalho de parto, e outros pesquisadores com trabalhos congêneres, disponíveis para consulta em site do Scielo. Neste sentido, neste trabalho foi apresentado um caso clínico, realizado pela própria pesquisadora, em seu ambiente de trabalho e concluiu-se que o uso dos cristais radiônicos na auriculoterapia, pode auxiliar na redução dos efeitos adversos do tamoxifeno, possibilitando uma melhor qualidade de vida aos pacientes com câncer de mama. Porém sabe-se que essa pesquisa precisa de um número maior de voluntários para efeitos de comparação para possíveis estudos futuros.

Autora do artigo: Profa. Ma. Luciana Mendes Vinagre

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