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Dismenorréia – Comparação entre o tratamento com agulhas e a cromopuntura

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Fontes, T. C. S.
Artigo elaborado através do trabalho de conclusão de curso CETN – Sorocaba, 2010.

1. Introdução
A mulher moderna tem agregado cada vez mais papéis diferenciados em sua vida, sem se desligar de outros já pré-estabelecidos pela nossa cultura, como de dona de casa, mãe, esposa, vinda por isso se sobrecarregar de tarefas e sentimentos que acabam muitas vezes não sendo assimilados. Essa não assimilação funciona como um agente estressante que pode levar a uma desregularização do ciclo menstrual, assim como, trazer sintomas pré e/ou pós-menstruais desagradáveis.

A Medicina Tradicional Chinesa pode ser escolhida para o tratamento de tais sintomas e entre as mais variadas técnicas oferecidas encontramos a cromopuntura e a mais tradicional, acupuntura com o uso de agulhas.

Esta pesquisa tem o objetivo de descobrir se há mudanças nas queixas de mulheres com alterações relacionadas a menstruação após tratamento e comparar se há diferença entre uso de agulhas e a cromoterapia.

2. Metodologia
A amostragem será de 4 (quatro) mulheres voluntárias, idades entre 28 (vinte e oito) e 30 (trinta) anos e que apresentam dismenorréia no período menstrual. Elas serão divididas em 2 (dois) grupos: um grupo será tratado com a técnica da cromopuntura e o outro com o uso de agulhas. A coleta de dados ocorrerá por meio de uma entrevista com perguntas referentes ao ciclo menstrual e as alterações que esse traz para cada mulher, que acontecerá em dois momentos. Na primeira sessão, ocorrerá a entrevista, que servirá para recolher os dados antes do início do tratamento. Na última sessão, será realizada novamente a entrevista, com a finalidade de comparação dos dados, para descobrir se houve alguma alteração após o tratamento. Serão em número de 8 (oito) os encontros para cada mulher, acontecendo semanalmente. A escolha dos pontos de acupuntura foi feita baseando-se no sintoma dismenorréia.

Para avaliar a dor das mulheres será utilizada a escala visual numérica de dor:

Na qual a nota é dada de acordo com a intensidade da sensação de dor, 0 (zero) corresponderia a ausência de dor e 10 (dez) a uma dor insuportável. As próprias mulheres marcam a nota de acordo com o julgamento pessoal em relação a dor que normalmente sentem.

3. Tratamento
O tratamento foi baseado pensando-se que há uma estagnação de Qi e Xue no meridiano do Fígado, consiste em acabar com a estagnação no aquecedor inferior, regularizar o Qi e o Xue, tranqüilizar a mente e assentar a alma etérea, harmonizar Fígado e Rim , pois como coloca AUTEROCHE (1987, p.34) “doenças do Fígado e dos Rins poderão suscitar uma insuficiência de Chong Mai e Ren Mai”. Portanto, na 1ª fase, ou seja, no momento da menstruação, a intenção é aliviar a cólica movendo o possível Xue do Fígado estagnado. Nas outras fases o intuito também é mover a estagnação, tonificando a deficiência e equilibrando os fatores psicológicos, porém mais especificamente na 2ª fase, há a intenção de nutrir o Xue e o Yin do Fígado e do Rim. Na 3ª fase deve-se nutrir o Jing, portanto, tonificar o Rim. Finalmente, na 4ª fase realmente o mais importante é mover o Qi do Fígado estagnado, que é quando se inicia a dor ou um pouco antes desse momento.

4. Protocolo de tratamento
Os pontos foram escolhidos conforme a fase do ciclo.

1º) BP6 verde
BP8 verde
R3 laranja
F3 violeta

2º) IG4 azul claro
E36 verde
BP6 verde
B10 laranja claro
B17 laranja claro
F8 violeta
B17 laranja claro

3º) B23 laranja claro
R3 laranja escuro
R6 laranja escuro
R7 laranja escuro
CS6 vermelho
VC4 preto
VC6 preto
VC15 preto

4º) B60 laranja claro
F3 violeta
F6 violeta
F13 violeta
F14 violeta
VC6 preto
Yintang laranja

Observação, alguns ciclos podem ser mais longos, curtos ou irregulares, nesses casos é feita uma avaliação do período em que se encontra do ciclo e repetido ou não utilizado alguma das 4 fases do tratamento.

5. Análise dos dados
Apesar de mais comumente serem utilizadas agulhas, a acupuntura descreve não haver diferença do tipo de estímulo utilizado para haver resultados, somente saber como utilizá-los, por exemplo, em cromoterapia, usar a cor correta. Portanto, é possível não haver diferenças entre o grupo em que serão utilizadas agulhas e o da cromoterapia. Porém, levando em conta que há diferenças entre os indivíduos, que uns são mais sensíveis do que outros, sendo que isto não poder ser previsto, pode acontecer de em algumas pessoas não dar resultado satisfatório no tempo previsto desta pesquisa. Outro fator que pode trazer diferenciação nos resultados é o fato de que o protocolo de tratamento foi montado a partir de um sintoma (dismenorréia) e não segundo um diagnóstico da medicina tradicional chinesa.

, Imagem
Gráfico de comparação das notas dadas na 1ª e 2ª entrevistas

A partir dos dados apresentados é possível perceber que a dor nas mulheres tratadas com agulhas baixou de média 7,5 para 2,5, uma melhora de 66,7%. A dor relatada pelas mulheres tratadas pela cromoterapia, que inicialmente era 6,5, baixou para 1, ou seja, uma melhora de 84,6%. Constatando que não houve grande discrepância entre os tratamentos utilizados, em relação aos resultados. No geral a melhora foi de 75%.

6. Conclusão
Como era esperado não houve grandes diferenças entre os tratamentos. Sendo assim, chega-se a dedução de que é possível, lógico que sempre levando em conta que há diferenças individuais em cada ser, fazer uso da cromoterapia com a mesma finalidade das agulhas.

Orientado por Profa. Larissa, adaptado por Profa. Brena Benjamin Montanha.

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