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Auriculoterapia Francesa: Tratamento do tabagismo buscando qualidade de vida

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Fernandes, M. L.; Benjamin P. O.; Clemente V. L. T.
Artigo elaborado através do trabalho de conclusão de curso CETN – Bauru 2012.

1. RESUMO

O presente estudo refere-se ao estudo de casos clínicos de pessoas fumantes que desejam parar de fumar com o auxilio da Acupuntura, especificamente com a Auriculoterapia Francesa.

O objetivo é favorecer através dos estímulos produzidos pelas agulhas, que o organismo crie condições internas para o retorno de seu equilíbrio e alívio de suas desordens, sem o uso de medicamentos, levando a outras vantagens, como ausência de efeitos colaterais e melhoria da qualidade de vida. A eficácia dos resultados é complementada por algumas orientações importantes: alimentação e a prática de exercícios físicos, por exemplo, que visam facilitar a circulação da energia do corpo.

2. MATERIAS E MÉTODOS

O estudo foi exploratório, feito com 10 pacientes. Foram utilizados tais pontos: Ponto zero, ponto da olfação ou agressividade ou sexualidade, ponto da garganta, e ponto do muro.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com os resultados analisados, os participantes da pesquisa foram cinco do sexo feminino e cinco do sexo masculino.

Em relação à idade dos pesquisados: de 30 a 60 anos.

A Secretaria de Estado da Saúde revela que a maioria dos dependentes de tabaco começou a fumar antes de completar 15 anos. O estudo mostrou que 65% dos fumantes deram a primeira tragada antes dos 15 anos.
Segue a quantidade de cigarros que os participantes fumavam por dia, no início do tratamento: de 7 a 12 cigarros- três participantes; de 15 a 20 cigarros- quatro participantes; de 30 a 40- três participantes.

O período do dia com maior desejo de fumar: manhã- seis participantes; tarde- dois participantes e noite- dois participantes. A nicotina é considerada um leve estimulante do humor, por isso, o maior desejo de fumar é no período da manhã onde o Sistema Nervoso está mais lento.

Lopes (2010) relata que os fumantes correm um risco de 70% maior de apresentar doenças cardíacas. Na pesquisa foi constatado três participantes hipertensos, ou seja, 1/3 dos participantes. Enquanto fuma, o fumante registra um pequeno aumento no batimento cardíaco e na tensão arterial (aumento da vasoconstrição e na força das contrações cardíacas).

Dos dez pesquisados, três deles relataram transpiração excessiva. A transpiração tem a tarefa de eliminar as toxinas. É uma defesa natural do organismo contra o calor, além de manter a temperatura do corpo estável, sendo assim, de acordo com o diagnostico Oriental, o cigarro pode ser considerado um corpo quente (calor) sendo introduzido, e a energia de defesa do organismo produz o suor como meio para alivio do calor.

Em torno de 50% dos participantes, ou seja, cinco deles relataram algum distúrbio do sono, demora para dormir, ou sono não reparador. Três participantes já fazem uso de medicamentos para induzir o sono, esta dificuldade está relacionada ao efeito da nicotina sobre o sistema nervoso que favorece a insônia e um sono não reparador.

Dos dez participantes, quatro pararam de fumar anteriormente, porem retornaram. Casati (2009) relata que o índice de pessoas que voltam a fumar chega a 60%. Algumas pessoas deixam espontaneamente, mas existe a síndrome de abstinência: falta de concentração, irritabilidade, insônia. Na verdade, o que dá essa síndrome é a nicotina, por isso a necessidade de um acompanhamento.

A nicotina é considerada uma droga bastante poderosa, que atua no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega ao cérebro em apenas 7 segundos – 2 a 4 segundos mais rápidos. É normal, portanto, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém as dificuldades serão menores a cada dia.

Com relação ao estado emocional dos participantes: seis participantes relataram que no seu cotidiano são nervosos e ansiosos; quatro agitados e um deles respondeu também ser depressivo. Correa (2010) relata que os fumantes aprendem que o cigarro ajuda a controlar as emoções e eles se tornam especialistas em incorporar a quantidade exata de nicotina para produzir o efeito desejado.

Os fumantes dizem que quando estão cansados ou aborrecidos, um cigarro pode recuperá-los. Mas, surpreendentemente, os fumantes também dizem que quando estão tensos ou ansiosos, fumar os acalma. Não se compreendem totalmente como a nicotina provoca esses dois efeitos. Provavelmente o ato de fumar em si mesmo (acender um cigarro, tragar profundamente) provoca alguns dos efeitos calmantes.

Os fumantes quando estão tensos, fumam, quando estão deprimidos, fumam e quando estão zangados, fumam. Com o passar do tempo, automaticamente precisam de um cigarro sempre que querem mudar seu estado emocional. Esta é outra razão que faz com que muitos fumantes tenham problema ao parar.

Foi estipulada uma sessão semanal de atendimento para auxiliar os fumantes a se livrarem do vicio.

Nenhum participante desistiu da pesquisa. As pesquisadoras deixaram livre a participação e o comprometimento em cumprir com os horários de atendimentos.

Com relação aos participantes da técnica, um dos dez participantes parou de fumar definitivamente na sétima sessão. Porém, continuou com os atendimentos como forma de precaução dos sintomas da abstinência.

Outros cinco pesquisados conseguiram reduzir para um terço do que fumavam entre a sexta e oitava sessão. Como exemplo, um participante iniciou o tratamento fumando vinte e cinco cigarros ao dia e na oitava sessão estava fumando onze cigarros ao dia. E os outros quatro pesquisados relatam ter diminuído em até 60% dos cigarros ao dia.

Entre os relatos observaram-se que os participantes perderam o interesse pelo cigarro, boca amarga e sensação de aversão ao cigarro, alguns com náuseas e até formigamentos faciais.

Os participantes que diminuíram a quantidade, mas não pararam definitivamente entra a questão da pessoa realmente querer se livrar do cigarro. Correa (2010) diz que a dependência física não é a única razão que faz as pessoas continuarem a fumar. Outro fator importante é o hábito.

A autora completa dizendo que quando a pessoa deixa de fumar pela primeira vez, automaticamente procura um cigarro no bolso da camisa ou na bolsa, mesmo sabendo que parou de fumar. Isso é o hábito. Também pode estar associado a uma xícara de café ou quando fala ao telefone. Em geral, situações nas quais a pessoa tende a fumar no passado levam a uma grande vontade de fumar depois que para. Essas situações transformam-se em gatilhos para o desejo de fumar. À medida que o tempo passa a associação entre esses gatilhos e a vontade de fumar enfraquece (se não fumar) e o desejo desaparece.

Apesar de a nicotina ser altamente viciante, milhões de pessoas conseguiram parar de fumar com sucesso. Isso pode ser feito e todos têm um potencial de eventualmente vencer, mesmo que várias tentativas sejam necessárias (CORREA, 2010).

4. CONCLUSÃO

No presente estudo, demonstraram-se índices de sucesso bastante satisfatórios quanto à redução do fumo. A maioria dos pacientes diminuiu significativamente o uso do cigarro. Com este trabalho, pode-se concluir que o abandono total do uso do cigarro não foi satisfatório, mas teve um bom resultado naqueles que relataram ter diminuído a quantidade e melhorado a qualidade de vida em vários aspectos, como: se sentiram menos cansados, melhoraram a alimentação, melhoraram a qualidade do sono e começaram a ter o hábito de praticar alguma atividade física. A maioria optou por alguma atividade física coletiva.

A auriculoterapia foi introduzida no Brasil por F. Marat em 1976, através do Instituto Marat, centro especializado de tratamento contra o tabagismo, o primeiro e único do gênero na América Latina. Seus resultados mostraram índices de sucesso de 70% nos pacientes atendidos (INSTITUTO MARAT, 2010).

Orientado por profª Rosimeire Biassato, adaptado por profª Brena Montanha.

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